São Paulo (AUN - USP) - O Brasil é o segundo produtor mundial de bananas. No entanto, cerca de 60% dessa produção se perde entre a colheita e a mesa do consumidor. Como evitar o desperdício? Uma das respostas está no trabalho de doutorado de Cynthia Ditchfield, engenheira química da Escola Politécnica da USP. Com a pesquisa "Produção de purê de banana de alta qualidade a partir das frutas rejeitadas para comercialização", ela propõe um novo processo para o uso e a conservação das frutas que se apresentam muito maduras. A novidade é que nutrientes, cor, sabor e aroma são preservados.
O trabalho que durou quatro anos e foi orientado pela professora Carmen Cecília Tadini ganhou o segundo lugar - e R$ 10 mil - no XX Prêmio Jovem Cientista, concedido pelo CNPq. O tema dos trabalhos inscritos foi "Produção de alimentos: busca de soluções para a fome". Cynthia explica que o processo de produção do purê é simples e barato, porque não exige nenhum equipamento especial e como matéria-prima apenas a banana e alguns aditivos.
Primeiro, as bananas são lavadas, descascadas, trituradas e passadas numa peneira, para retirar as sementes e impurezas. Depois, aditivos como o ácido ascórbico (vitamina C) e o ácido cítrico são adicionados para aumentar a durabilidade produto. Por fim, a massa passa pela pasteurização contínua, em que o purê só é embalado após a esterilização dentro de um trocador de calor tubular.
Cada 3kg de banana rendem 1 litro de purê, que demora cerca de 2 horas para ser preparado. O produto final pode ser consumido como sobremesa ou usado na indústria alimentícia em bolos, papas e iogurtes, por exemplo.
Os próximos passos da pesquisa são verificar qual a durabilidade exata do produto e estudar quais são as melhores maneiras de acondicioná-lo para a comercialização. Cynthia também pretende fazer experimentos com outras frutas, como maçã e goiaba, dessa vez usando não só aditivos na conservação, mas também microondas.