ISSN 2359-5191

26/11/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 105 - Saúde - Instituto de Ciências Biomédicas
Calouros de medicina criam novo método de diagnóstico de hipertensão
Projeto vencedor da Olimpíada USP do Conhecimento consiste em um exame simples, caseiro e não invasivo
A equipe conta com estudantes de graduação do primeiro ano, técnicos e pós-graduandos, além de um docente e uma médica

Alunos do primeiro ano da graduação em medicina da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), pós-graduandos e especialistas do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), desenvolveram um novo exame para diagnóstico de hipertensão, sob supervisão do professor Emer Ferro do ICB. O projeto foi vencedor da Olimpíada USP do Conhecimento na categoria Ciências da Saúde. O exame proposto pelos alunos pode ser feito em casa, o que facilita o diagnóstico e desafoga os hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS), onde a espera para a medição de pressão arterial pode chegar a até duas horas. O exame se baseia na maior concentração de proteínas excretadas na urina de pacientes hipertensos para o diagnóstico e o custo de cada teste é inferior a um real. A confiabilidade dos resultados é de 95%. 

O paciente que recebe o “Kit Hipertensão Sob Controle” precisa apenas coletar a primeira urina do dia por alguns dias seguidos para realizar o exame. Depois da coleta, o líquido é introduzido pelo próprio paciente em pequenas ampolas que contém um reagente que é responsável pela mudança de cor do líquido. “A cor do reagente muda porque as proteínas presentes em maior concentração na urina de hipertensos produzem uma cor azul mais intensa” explica o professor Emer. Todo o material necessário para o exame está no kit, junto com uma cartilha que ajuda o paciente a anotar os resultados e a identificar as mudanças de coloração.

Bruno Morato, aluno de medicina envolvido no projeto, conta que a idéia de desenvolver um novo método de diagnóstico para uma doença prevalente partiu deles próprios: “Assim que saiu o edital para a Olimpíada nós alunos nos reunimos e tivemos essa idéia. O professor Emer nos ajudou a aprimorar nosso conceito e a escolher a hipertensão como objeto de estudo”. Os sete estudantes de graduação participantes do projeto concordam que o contato com os voluntários que se dispuseram a experimentar o exame foi bastante enriquecedor. Eles contam que o retorno dos voluntários ajudou a simplificar o teste, que mostrou resultados satisfatórios com apenas cinco dias de coleta.

A distribuição dos kits foi feita nos corredores da Faculdade de Medicina e do Instituto de Ciências Biomédicas. Setenta e sete voluntários realizaram o exame e devem ser contatados em breve pelos estudantes para informação do resultado e eventual encaminhamento médico. O grupo conta ainda com o apoio da médica Lúcia Mendes de Oliveira Pinto, do Hospital Universitário do campus Butantã, que deve ser indicada aos voluntários diagnosticados hipertensos ou pré-hipertensos para que eles possam iniciar tratamento. 

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