ISSN 2359-5191

11/12/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 116 - Saúde - Instituto de Matemática e Estatística
Estatística e computação são utilizadas em identificação de tumores cerebrais

Astrocitoma grau II e oligodendroglioma grau II são dois tipos de câncer de cérebro que possuem tratamentos diferentes, mas são de difícil diferenciação utilizando métodos convencionais. No entanto, a pesquisa de mestrado de Suzana Santos, do Instituto de Matemática e Estatística, propõe maneiras mais eficientes de discriminação desses, comparando a atividade de diversas funções biológicas como o sistema imunológico e a produção de glicose nas células cancerosas de pessoas portadoras.

O trabalho, orientado pelo professor André Fujita, está sendo feito em conjunto com as professoras Sueli Oba e Suely Marie da faculdade de medicina da USP. Eles possuem bastante interesse em identificar esses tipos de tumores, pois existe muito pouco estudo na área. Convencionalmente os níveis de atividade dos genes do tumor são analisados para a tentativa de identificação de marcadores moleculares, mas esse tipo de abordagem não tem sido eficaz para o diagnóstico de astrocitoma grau II e oligodendroglioma grau II. Além disso, o resultado não é conclusivo, pois existem diferenças na atividade de genes de pessoa para pessoa e fatores externos como a própria coleta do material para influenciar no resultado.

A solução encontrada foi analisar funções gênicas diferentes e ver como os genes estão relacionados entre si. As redes de genes a partir dessas análises ao serem comparadas mostram diferenças mais significativas entre as duas situações. Nesse ponto, a estatística e a computação são essenciais para a captação e cálculo dos dados. "A ideia do projeto é fazer um método estatístico para comparar as duas redes levando em conta que existem flutuações intrínsecas entre os indivíduos." explica Suzana.

Uma das grandes motivações para a escolha desses dois tipos de tumor é a consequência do tratamento equivocado. Enquanto o astrocitoma grau II é mais agressivo e precisa de radioterapia e quimioterapia imediata, os portadores do oligodendroglioma grau II sofrem os danos à longo prazo e podem começar o tratamento em uma idade mais avançada. Considerando que a radioterapia pode causar lesões no cérebro e demência, ter o diagnóstico trocado pode fazer pessoas com astrocitoma não se tratarem à tempo e pessoas com oligodendroglioma terem danos cerebrais sem isso ser necessário.

Futuramente, Suzana pretende criar um programa com interface amigável para facilitar o uso por médicos e biólogos. Também há a possibilidade de se aplicar o método para identificar diferenças nas redes de genes em outros tipos de doença.

Leia também...
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br