ISSN 2359-5191

12/12/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 117 - Meio Ambiente - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Novo centro de pesquisas da USP será ambientalmente sustentável
Cidade Universitária deve ganhar edifício capaz de ser autossustentável, através do uso mínimo de energia elétrica e água
Detalhe de arte do projeto do Cecas. O prédio terá painéis fotovoltaicos para captar energia solar. (Foto: Divulgação)

O prédio do Centro de Estudos de Climas e Ambientes Sustentáveis (Cecas), desenvolvido pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, está em fase de licitação. O projeto, apresentado em dezembro de 2008, propõe construir, na Cidade Universitária, um edifício capaz de ser autossustentável, através do uso mínimo de energia elétrica e de água. Ele segue a concepção de se criar um centro de pesquisas multidisciplinar.

O anteprojeto da obra foi concebido pelos professores Marcelo Romero e Eduardo de Jesus Rodrigues, da FAU, com detalhamento arquitetônico do professor Paulo Bruna. Três pontos formaram a base da proposta do edifício: reduzir consumos energéticos através de melhorias na relação arquitetura/clima, incentivar atitudes sustentáveis no uso e na operação da construção, e utilizar tecnologias de baixo consumo energético.

O edifício será rodeado por painéis fotovoltaicos, o que faz com que a energia captada pela obra seja utilizada por ela mesma. "Os cálculos indicam que, durante o dia, o prédio vai gerar mais energia do que consome. Ele vai por energia na rede do campus da USP", afirmou Paulo em apresentação do projeto a professores da FAU. À noite, o prédio puxará energia da rede da Universidade, o que leva a um equilíbrio energético.

A construção, além de produzir energia, também a economizará. Aparelhos de ar condicionado serão dispensados devido a um sistema de geotermia que insuflará ar em temperatura menor que a ambiente por dentro da estrutura do prédio. Além disso, Paulo ressalta que os átrios centrais que ligam os três volumes que comporão o centro permitirão a convecção do ar. Nesse átrios, lustres serão instalados. Ao invés do uso da energia elétrica, esse material irá refletir luz solar para dentro do edifício. "A ideia é não usar luz elétrica, o tanto quanto possível, na maior parte da obra", afirma o arquiteto. A economia de água também está inclusa no projeto, com desenhos de paisagismo — respeitando a vegetação original do local — e esboços de sanitários que visam reutilizar a água das chuvas.

Como a edificação é uma parceria entre as duas instituições, ela abrigará o Laboratório de Modelos de Sustentabilidade, da FAU, e o Centro de Ciências da Terra e do Ambiente, do IAG. A multidisciplinaridade se estenderá ao ensino, pois o Cecas será sede de um novo curso de pós-graduação em meio ambiente, ministrado por docentes da Escola Politécnica, além dos próprios IAG e FAU.

Por ser um dos primeiros prédios do país projetado com base na sustentabilidade, desafios inéditos serão enfrentados. Uma das dificuldades está na manutenção de uma construção como essa. "Até que ponto é possível darmos manutenção a um edifício tão sofisticado também faz parte do experimento", afirma o professor.

O Cecas terá área construída de 10 mil metros quadrados e ficará localizado na confluência da Rua do Matão com a travessa V.

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