São Paulo (AUN - USP) - Módulos para mensurar o espaço, as proporções arquitetônicas ideais, teorias de Winckelmann e o Grande Hércules de Hendrick Goltzius. O que tudo isso tem em comum? O corpo humano. E é “O corpo nas artes figurativas e na arquitetura” o tema de dossiê do terceiro número da revista semestral Desígnio, produzida pela área de pós-graduação do Departamento de História e Fundamentos da Arquitetura da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) em colaboração com a Editora Annablume. O número três sai agora em abril com textos e artigos desenvolvidos por autores de diferentes universidades nacionais e estrangeiras.
Este número contém resultados do projeto Fapesp “Biblioteca Cicognara: a constituição da tradição clássica”, que reúne a FAU-USP a outras universidades na reprodução e estudo de documentação de arte colecionada pelo conde italiano Cicognara, no século XIX, hoje guardada nos arquivos do Vaticano. O dossiê é composto por trabalhos apresentados em simpósio realizado na Unicamp no segundo semestre de 2004.
A revista é coordenada por uma comissão editorial composta por professores da área de pós-graduação e conta com um conselho editorial de professores de outras unidades da USP bem como de diferentes partes do país, sendo dirigida pela professora Maria Irene Szmrecsanyi. Seu objetivo é divulgar o trabalho de pesquisa desenvolvido na FAU integrando-o a colaborações externas ao trazer para dentro dela estas influências. “Valeu a pena fazer esse tipo de revista para ampliar nossos contatos acadêmicos e divulgar nosso trabalho de história e crítica, pois este se mostrou à altura de padrões internacionais e continua melhorando em razão da comparação”, afirma a professora Maria Irene.
Desígnio é composta fundamentalmente por um dossiê, sobre o tema proposto pela edição, e artigos recebidos de acadêmicos voltados para a história, teoria ou crítica da arquitetura e do urbanismo, incluindo graduados e estudantes da escola. O público da revista são esses mesmos estudiosos, mas inclui também admiradores desses temas.
O nome da revista foi escolhido como homenagem às tradições da escola e da própria arquitetura. Desígnio, em várias línguas, refere-se tanto ao desenho em si, como no inglês “design”, como remete a um objetivo, um projeto, “sentido que comparece no português seiscentista”. E é assim que a revista se coloca, segundo a professora Maria Irene, “como um projeto de análise e crítica que se quer voltado para a sociedade, tendo a proposta de oferecer-lhe um saber critico bem informado e consistente”.
O primeiro número de Desígnio saiu em março de 2003, com o dossiê “História e projeto”, enquanto o segundo, de setembro de 2004, tratou da “Orientação de mestrados e doutorados”. Estudos do corpo humano como parâmetro arquitetônico constitui a ilustração da capa do numero três. “Não, não será o clássico desenho feito por Da Vinci”, completa a professora Maria Irene. O número será vendido a R$30,00 nas livrarias.