Um estudo realizado na Escola Politécnica da USP propôs antenas mais eficientes para dispositivos de comunicação móvel atuais, tais como celulares, smartphones e tablets. Durante a pesquisa, três antenas com configurações inéditas foram propostas, construídas e testadas, resultando em antenas de baixo custo e com maior eficiência.
O estudo buscou desenvolver antenas com configurações novas que apresentassem um desempenho melhorado para aplicação em aparelhos de redes de comunicação sem fio, como telefonia celular, wi-Fi e bluetooth.
Murilo Hiroaki Seko, autor da dissertação de mestrado Antenas planares de micro-ondas multibandas para terminais móveis de sistemas de comunicação sem fio, explica que a evolução tecnológica dos dispositivos de comunicação móvel acarreta em exigências cada vez maiores para as suas antenas, o que consequentemente leva a grandes desafios de projeto e à necessidade de uma pesquisa mais intensa.
Para Seko, a pesquisa em antenas mostra-se bastante vantajosa, visto que esse tipo de antena possui diversos benefícios para aplicação em aparelhos móveis de comunicação sem fio, como dimensão reduzida, baixo peso, baixo custo e facilidade de fabricação. O autor ressalta ainda que esse tema é de grande interesse para a indústria de equipamentos eletrônicos, dado o atual aquecimento do mercado de smartphones, tablets e notebooks.
Configurações inéditas
O objetivo principal da pesquisa foi desenvolver antenas planares de micro-ondas multibandas para aplicação em terminais móveis de sistemas de comunicação sem fio, empregando técnicas de alargamento de banda e de obtenção de múltiplas bandas. Para isso, Seko propôs três antenas com configurações inéditas, que foram estudadas e otimizadas com o auxílio de simulação computacional. Os protótipos construídos das antenas foram medidos e confirmaram as previsões de desempenho simuladas, apresentando algumas características superiores às de antenas relatadas na literatura técnica internacional destinadas ao mesmo tipo de aplicação.
As antenas projetadas apresentam maior eficiência no uso da energia para a transmissão e para a recepção de dados. “A perda por reflexão do sinal de entrada em antenas usuais de aparelhos de telefonia móvel pode chegar a até 25% da potência total recebida pela antena, enquanto nas antenas desenvolvidas na pesquisa, esse valor é de, no máximo, 10%”, afirma Seko. Adicionalmente, essas características foram obtidas sem a necessidade de aumento de dimensões ou de complexidade geométricas, garantindo às antenas compaticidade e facilidade de fabricação.