Na pesquisa de seu mestrado, Rafael de Oliveira, estudante do Instituto de Matemática e Estatística, desenvolveu um modo de medir o quanto uma imagem possui perda de informação quando vista por uma pessoa daltônica. Com isso, Rafael questiona a necessidade do uso de filtros que modificam a cor da imagem quando o foco de atenção não muda aos olhos da pessoa daltônica.
O trabalho de pesquisa é uma continuação de seu trabalho de conclusão de curso, no qual Rafael desenvolveu um filtro para corrigir um problema prático de sua visão. O mestrado, orientado pelo professor Roberto Hirata do IME, consiste na comparação não só da cor modificada, mas também do foco de atenção. "Nem sempre o daltônico quer que o filtro seja realizado, que se altere a percepção da imagem" explica Rafael. "Para cenas naturais, conteúdo artístico, por exemplo, a troca de cor não é sempre relevante e o daltônico pode preferir ver as cores do jeito que está acostumado."
Desse modo, o método além de ajudar o daltônico a saber se está tendo perda de informação em uma imagem, também pode auxiliar pessoas não daltônicas a saberem se a imagem que estão construindo poderá ser vista por todos. Rafael comenta que 7% da população apresenta algum nível de daltonismo, sendo muito forte para o vermelho e verde. Essas cores, no entanto, são comumente utilizadas em contraste para passar informações em imagens.
Segundo Rafael, já existem alguns filtros no mercado, até mesmo para plataforma Android, mas a utilização de um sistema de métricas como o desenvolvido pode ajudar a criar filtros melhores e mais eficientes, visto que a temática de sua pesquisa é muito pouco tratada ainda.
Futuramente, Rafael pretende validar sua pesquisa com seres humanos e continuar estudando para verificar se essa medida é a mais eficiente e modos de melhorá-la.