São Paulo (AUN - USP) - O câncer bucal é considerado uma neoplasia ou tumor maligno de origem na superfície do tecido que reveste a boca. Na boca podem surgir vários tipos de câncer, mas o mais freqüente é o Carcinoma Epidermóide. Esse tipo de câncer ocupa uma posição de destaque entre os tumores malignos do organismo devido a sua relativa incidência e mortalidade. A prevenção e o diagnóstico precoce podem ser realizados pelo cirurgião-dentista através dos seguintes procedimentos: correto exame clínico; afastamento dos fatores co-carcinógenos; diagnóstico e tratamento das lesões cancerizáveís (enfermidades bucais que, quando não tratadas, podem evoluir para um câncer); exames complementares (principalmente biópsia e citologia exfoliativa) e orientação e estimulação ao auto-exame.
De acordo com a professora da disciplina de Patologia Bucal da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, Marília Trierveiler Martins, o câncer bucal é genético, mas existem fatores que predispõem o paciente a desenvolver um tumor maligno que devem ser evitados que são o fumo, o consumo abusivo do álcool e a negligência com a saúde e a higiene bucal (verificar dentes quebrados, raízes residuais, tártaro etc.). Assim a doença atinge em grande escala a população de baixa renda que apresenta stress constante, má nutrição, más condições de vida – fatores que favorecem o mal. No entanto Marília afirma que existem estudos que comprovam que ele atinge mais homens do que mulheres e em geral com mais de 40 anos.
Durante o ato de fumar, são liberadas inúmeras substâncias químicas junto à fumaça, algumas reconhecidamente cancerígenas, outra ação seria o calor produzido principalmente pelo cachimbo.
Marília recomenda que as pessoas procurem um dentista a cada seis meses que deve examinar toda a boca e não só focalizar o dente para poder estar apto a fazer um diagnóstico precoce. E ela alerta ainda “enquanto o câncer estiver desenvolvendo o paciente não sente dor isso só acontece em estágio bastante avançado, e muitas vezes o paciente já vai estar com a vida comprometida, mesmo assim é fundamental procurar a orientação profissional”.
O câncer muitas vezes tem tratamento com cirurgia e radioterapia, mas o mais importante é o diagnóstico precoce: “quanto mais cedo a percepção, mais fácil e eficaz o tratamento” mesmo assim ela adverte “cada caso é um caso”. A região da boca mais atingida é a língua, seguida do assoalho bucal e lábio inferior.
Para que uma operação de câncer seja feita, é necessário que o paciente não possua lesões. Assim, antes do início de um tratamento o paciente passa por uma adequação das condições bucais onde cáries são tratadas, raízes residuais removidas, etc.
A doença geralmente se manifesta através de manchas brancas e ou vermelhas e feridas que não cicatrizam em várias regiões da boca e nos lábios.