ISSN 2359-5191

04/05/2005 - Ano: 38 - Edição Nº: 05 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Matemática e Estatística
Nova área da WEB carece de bons profissionais

São Paulo (AUN - USP) - A de recuperação de informações da web – os conhecidos sites de buscas – está em acelerada evolução e é uma das áreas mais promissoras para os estudantes de engenharia da computação. Porém, estes empregos de alta tecnologia necessitam de pessoas muito bem qualificadas, que ainda são poucas no país.

O alerta vem do professor Nívio Ziviani, do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O professor, que deu palestra dia 12 no Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP, avisa que o Google está se preparando para vir ao Brasil, inclusive para montar centros de pesquisa em recuperação de informação. A demanda por profissionais “de formação sofisticada e conhecimento profundo” , ele afirma, deve crescer muito, mas acrescenta que “o Brasil não dispõe de mão-de-obra qualificada suficiente neste setor”.

Ziviani entende do assunto. Ele, junto com colegas da UFMG criaram, em 1998, o software Miner, que foi vendido para o Uol um ano depois. Hoje ele é um dos sócios da Akwan Information Technologies, que lida com o tratamento da informação na web. Ele recruta funcionários diretamente entre seus alunos. Naturalmente, poucos se qualificam para as vagas.

A recuperação de informação na web é a tecnologia que permite ao usuário procurar, de forma rápida e eficiente, a informação que necessita entre as bilhões existentes na Internet. Atualmente, este segmento é liderado pelo Google, que hoje representa metade das 600 milhões de consultas feitas diariamente. Com um número estimado por Ziviani em 8 bilhões de páginas da Internet existentes (e este mesmo número aumentando a cada dia), é vital a organização de toda essa informação e quem a fizer melhor colherá muitos frutos.

Inicialmente, esta tecnologia não levava em conta o contexto das palavras (por exemplo, caso algum usuário procurasse “Três Corações”, querendo informações sobre o Pelé, poderia se surpreender com resultados sobre cardiologia). Estaríamos vivendo agora uma segunda era da busca na Internet, desta vez uma tecnologia mais inteligente capaz de discernir o contexto das palavras. Para o professor, uma terceira era é possível a curto prazo, com maior aprofundamento na contextualização da informação, acrescida de informações regionais, permitindo maior precisão.

Em menor destaque, Ziviani ainda criticou o pouco PIB gerado pela pesquisa universitária no País. Ele crê que deveria ser adotado um modelo semelhante ao existente nas grandes universidades norte-americanas em que as descobertas sejam revertidas em investimentos e indústria, semelhante aos que universitários Larry Page e Sergey Brin fizeram anos atrás, como Google, e que o próprio Ziviani fez com o Miner.

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