ISSN 2359-5191

17/02/2014 - Ano: 47 - Edição Nº: 129 - Meio Ambiente - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
Doenças comuns a animais domésticos atingem espécies silvestres no Parque Nacional das Emas
Reprodução

Animais selvagens são expostos a doenças comuns em animais domésticos no Parque Nacional das Emas (PNE), em Goiás. A pesquisa, realizada por Erika Midori Kida Hayashi pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP em parceria com o Instituto Onça-Pintada (IOP), concluiu que, apesar de não se saber o impacto dessas enfermidades, é necessário uma vigilância mais rigorosa.

Durante os estudos, foram testadas três doenças (cinomose, parvovirose e brucelose) em nove espécies: lobo-guará, cachorro-do-mato, raposinha-do-campo, onça-parda, jaguatirica, gato-palheiro, gatomourisco, jaratataca e quati. “A cinomose e a parvovirose foram escolhidas por serem doenças comuns em cães domésticos e responsáveis por afetarem populações de animais selvagens em diversas regiões do mundo. Enquanto a brucelose é contagiosa e crônica, sendo considerada uma zoonose de distribuição mundial”, explica Erika. A maioria dos animais analisados no teste foi exposta ao parvovírus, alguns à cinomose e poucos à brucelose.

O impacto dessas doenças nos animais selvagens ainda é pouco estudado. “Não podemos afirmar que as doenças infecciosas os afetam menos, mas sim que existem menos pesquisas sendo realizadas com os animais silvestres.” Além disso, Erika ressalta que não se pode afirmar que a transmissão ocorre por meio de cães domésticos.

Ao longo de dez anos, o Instituto coletou amostras biológicas como parte de um programa de monitoramento de longa duração das populações de carnívoros. “Desenvolvi a pesquisa por me interessar por essa área da medicina da conservação, com a orientação da Mariana Malzoni Furtado do Instituto Onça Pintada e do professor José Soares Ferreira Neto da FMVZ. Eu me envolvi com as análises laboratoriais, que contaram com a participação de outros pesquisadores da USP e da Unesp.”

O PNE é uma das maiores áreas preservadas do cerrado brasileiro, localizado em uma região de grande produção agrícola no estado de Goiás. “O parque é uma como se fosse uma ilha no meio de um mar de agricultura. As espécies de lá acabam utilizando as propriedades rurais em seu entorno, o que propicia um maior contato entre animais domésticos e selvagens.”

As populações estudadas não parecem estar ameaçadas pela exposição a essas doenças. Mas é necessário realizar um monitoramento ao longo prazo para entender o impacto dessas enfermidades nas espécies. “A brucelose não parece apresentar uma ameaça sanitária. Mas a cinomose e a parvovirose merecem atenção do parque, principalmente pela possibilidade de envolvimento de cães domésticos na sua transmissão.” É necessário vacinar os cães domésticos da região contra essas doenças e articular uma vigilância mais rigorosa, que evite a entrada de animais domésticos no interior do parque.

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