ISSN 2359-5191

23/04/2014 - Ano: 47 - Edição Nº: 5 - Ciência e Tecnologia - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
Antioxidantes podem melhorar qualidade de reprodução equina

Criadores de equinos agora poderão contar com uma nova perspectiva para melhorar a qualidade genética do material usado nas fertilizações. De acordo com dados obtidos na pesquisa de Fernanda Affonso, realizada na Faculdade de Medicina veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP, a adição de antioxidantes no sêmen equino refrigerado pode contribuir para maior duração do material que será utilizado.

Segundo Fernanda, esse estudo é importante devido ao grande valor sentimental que a reprodução dos equinos agrega. "Muitas vezes, a pessoa quer aquele cavalo que ganhou aquela prova específica, e ele pode estar no Mato Grosso", conta ela. Assim, impulsionar a qualidade do sêmen refrigerado tornou-se não só um desafio, mas também uma necessidade. "Mesmo que eu diga que o sêmen de um determinado cavalo não é de tão boa qualidade e vai piorar após o processo de refrigeração, a pessoa não vai querer utilizar outro animal, então buscamos formas de melhorar o sêmen que vem refrigerado e, muitas vezes, pode não emprenhar a égua", completa.

“A ideia é melhorar a qualidade do sêmen quando ele chega ao haras depois da refrigeração, porque, muitas vezes, pedimos o sêmen que está em outro lugar para inseminar uma égua que está onde nós trabalhamos", explica Fernanda. Segundo ela, não são raros os casos em que o sêmen demora mais de dez horas para chegar ao local em que vai ser utilizado. Essa demora pode prejudicar a qualidade do sêmen e até mesmo o objetivo final da sua utilização, que é a fertilização. "Às vezes, o sêmen vai de avião para outros estados e, quando o veterinário recebe, já não apresenta boa qualidade", exemplifica a pesquisadora.

Devido a essa demanda, Fernanda adicionou os antioxidantes melatonina, ácido ferúlico e mioinositol ao diluente do sêmen, de forma que pudesse analisar a motilidade (movimento dos espermatozoides) e a integridade das membranas das células de 4 em 4 horas. Os resultados foram significativos e foi possível observar melhoras, ainda que específicas, em partes importantes para o tratamento posterior do sêmen. A motilidade não sofreu nenhuma alteração, mas a integridade das membranas mitocondriais, sim, o que contribuiria para maior duração do material refrigerado. Houve um aumento da porcentagem de membranas íntegras (mitocondrial e acrossomal) dos espermatozoides, o que pode impulsionar a longevidade e viabilidade do material usado.

Essa melhora é significativa porque, como explica Fernanda, “a grosso modo, a membrana plasmática lesada significa morte celular, a membrana mitocondrial lesada altera a respiração celular, e membrana acrossomal lesada impede a fecundação”. Ou seja, o aumento na porcentagem de membranas íntegras também significa que o espermatozoide estará mais “saudável” e capaz de fertilizar um óvulo.

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