ISSN 2359-5191

16/05/2005 - Ano: 38 - Edição Nº: 07 - Sociedade - Universidade de São Paulo
Participação feminina no radiojornalismo ainda é pequena

São Paulo (AUN - USP) - Estudo realizado pela professora da Universidade Mackenzie, Lenize Villaça Cardoso mostra que a participação da mulher é pequena nas rádios jornalísticas na cidade de São Paulo. Os dados da pesquisa foram baseados em informações contidas nos sites das quatro principais rádios de jornalismo de São Paulo: Bandeirantes, Eldorado, Jovem Pan e CBN.

Segundo a professora, desde o ano 2000, as atenções para o trabalho feminino em radiojornalismo têm aumentado. A Unesco, órgão das Nações Unidas, tem desenvolvido estudos sobre o tema. Um exemplo do seu trabalho foi a instalação de uma rádio comunitária no Afeganistão controlada apenas por mulheres. Além disso, nos últimos anos, a união entre tais jornalistas tem aumentado. No ano passado foi formada a “Rede internacional de Mulheres Jornalistas”, no Rio de Janeiro. Tal rede pretende discutir os problemas e apontar soluções para o trabalho da mulher no jornalismo. A Rede Internacional de Mulheres Jornalistas terá seu primeiro encontro em Ciudad Júarez, no México, no final deste ano.

Dentre os dados apresentados pela professora, alguns deles merecem destaque pela sua relevância. A Jovem Pan, por exemplo, de uma equipe de 90 profissionais (incluindo jornalistas e outras pessoas responsáveis pela edição dos programas) apenas treze são mulheres e dessas somente seis jornalistas. O cargo mais alto exercido por uma mulher é o da chefe de reportagem Izilda Alves.

No caso da Rádio Bandeirantes, a situação não é também das melhores para as jornalistas. De uma equipe com 21 repórteres, somente quatro são mulheres. Na produção, dos doze profissionais, metade é mulher. O cargo mais significativo na Bandeirantes é o de Maria Eliza Porchat, ombudsman da rádio. O mesmo ocorre com a Rádio Eldorado, que conta com 16 jornalistas e desses apenas seis mulheres. Tal desproporção é ainda maior se observarmos que o número de mulheres estudantes de comunicação em ensino superior é cada dia maior que o de homens.

O caso da CBN, entretanto, é o mais curioso. A diretoria executiva é exercida por Marisa Tavares e, mesmo assim, o número de profissionais femininos ainda é muito pequeno. Da equipe de treze apresentadores fixos, há apenas uma mulher, Roxane Ré, apresentadora do CBN Noite Total.

Entretanto, um fator foi apontado como positivo entre os dados da professora. Diferente do que ocorre entre as demais profissões, no jornalismo mulheres em cargo de chefia não sofrem com diferenças salariais com homens no mesmo cargo. Esse seria o primeiro passo de uma democratização profissional no jornalismo.

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