Em meados de 2007, enquanto a rede social “orkut” virava mania na incipiente internet brasileira, pesquisadores da USP, coordenados pelo professor Ewout ter Haar, do Instituto de Física (IF) da Universidade de São Paulo (USP), criaram uma rede social para alunos da universidade, o Stoa. Junto à ideia de rede social, foi adicionada uma nova funcionalidade, o “Moodle”. “O Moodle do Stoa é um ambiente virtual de aprendizado, organizado de forma similar a uma sala de aula”, explicou ter Haar, coordenador do Apoio Técnico-Pedagógico (ATP), grupo criado com o intuito de criar e dar suporte às iniciativas tecnológicas de ensino na USP.

Atualmente, o “Moodle do Stoa” é o projeto mais visível do grupo. “Já são da ordem de mil docentes com ambientes de apoio na web para suas disciplinas”, de acordo com ter Haar, “atendendo, pelo menos, 15 mil alunos”, número que corresponde a pouco mais do que 20% da comunidade discente. A ideia do grupo é continuar trabalhando no crescimento da plataforma, de forma que se torne ainda mais abrangente. Hoje, ele já está vinculado aos sistemas oficiais de graduação e pós-graduação da Universidade, o Jupiter e o Janus, respectivamente.

Para Ewout ter Haar, o aspecto mais interessante da difusão do Moodle é o fato de ser orgânica. “Não é uma ordem que vem de cima para baixo. Os professores não são obrigados a usar o Moodle, usam porque acham útil para as suas disciplinas”, disse. Além da coordenação realizada pelo ATP, que possui desde especialistas em ensino à distância quanto webdesigners, sistemas como o Stoa, o Moodle do Stoa e o Wiki do Stoa são mantidos também com suporte do Centro de Computação Eletrônica (CCE) e apoio da Superintendência de Tecnologia da Informação (STI).

Além disso, o ATP também gerencia o ambiente de aprendizado para o curso de Licenciatura em Ciências, oferecido pelo Programa Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp), onde são testadas ferramentas que poderão também utilizadas no Moodle do Stoa. Ewout ter Haar vislumbra nesse projeto o futuro no uso da tecnologia nas disciplinas da USP. “Espero que, no futuro, todos os professores percebam os benefícios de usar um ambiente virtual de aprendizado, não necessariamente o Moodle, mas qualquer outro”, concluiu o coordenador do ATP.