ISSN 2359-5191

11/06/2014 - Ano: 47 - Edição Nº: 24 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Matemática e Estatística
Pesquisa auxilia entrada de novatos em projetos de software livre
O Firefox é um famoso exemplo de software livre, que é o foco da pesquisa. Foto: Divulgação

Uma pesquisa está identificando e tentando amenizar as barreiras encontradas por novatos em projetos de software livre, que são aqueles em que os usuários podem executar, copiar, distribuir, estudar, mudar e melhorar livremente. Em seu doutorado, Igor Steinmacher, do Instituto de Matemática e Estatística da USP (IME/USP), entrevistou pessoas de diferentes perfis que colaboram no desenvolvimento para saber quais os maiores empecilhos na hora de contribuir com o código fonte dos softwares.

A segunda etapa do doutorado, depois de entender melhor as dificuldades, é criar uma ferramenta capaz de orientar os novatos, de modo que possam encontrar facilmente as informações que ajudem nos primeiros passos, de modo que eles não se desmotivem. "Quero construir uma ferramenta, um dashboard, que apresente algumas maneiras que os projetos oferecem pra amenizar as barreiras", explica Steinmacher.

Além de 36 desenvolvedores, de 12 projetos de diferentes países, entrevistados, Steinmacher realizou um questionário com estudantes que realizaram uma atividade em que colaboraram em um projeto de software livre, para que eles reportassem as principais dificuldades sentidas. Outro procedimento adotado foi o de pedir, em listas de e-mail de alguns projetos, que os usuários listassem quais eram as maiores barreiras enfrentadas na hora de colaborar. Nessas pesquisas, o doutorando separou categorias, de pessoas experientes, novatos que entraram há menos de um ano no projeto, novatos que desistiram e pessoas que estavam em vias de entrar, para comparar as dificuldades nos diferentes perfis.

Depois disso, Steinmacher começou a análise das respostas e as separou em dois tipos: dificuldades sociais e técnicas. Considerando as barreiras sociais, dificuldades de relacionamento entre os colaboradores e os problemas de comunicação constaram nas respostas da maior parte dos entrevistados. Do ponto de vista técnico, houve evidências que dizem respeito à dificuldade de se entender o código, de se encontrar a documentação adequada para o entendimento do software e de se configurar e construir um ambiente local de trabalho. Esta última foi a barreira mais reportada em todas as fontes de dados. Igor Steinmacher ainda continua analisando os dados coletados e diz que, a cada vez que observa, tem ideias diferentes.

Próximas etapas

O próximo passo, que tem previsão para o mês que vem, é elaborar um protótipo de solução computacional capaz de dar informações aos desenvolvedores, como o tempo médio que a comunidade demora para responder suas dúvidas em determinado projeto. "Um exemplo é que os novatos reclamam que a comunidade demora muito pra responder suas dúvidas. Talvez, ao mostrar pra ele o tempo médio de resposta, crie o sentimento de que não está fora do normal ou então de que ele deve cobrar os caras de novo", explica Steinmacher. Algumas informações terão de ser coletadas diretamente com os membros de determinada comunidade, uma vez que apenas o algoritmo - ou solução computacional - não daria conta de resolver isso.

Para o próximo mês, o doutorando vai criar um protótipo, mas a ideia é desenvolver uma ferramenta que possibilite a entrada de informações de diferentes projetos de software livre. Nela, os membros de projetos poderiam cadastrá-los e dar maiores esclarecimentos a respeito de como funcionam. A ideia é criar um portal único para orientar novatos, com informação de diferentes projetos apresentados em um formato padrão. O passo seguinte é utilizá-lo como ponto de entrada de novatos para os projetos do CCSL (Centro de Competência em Software Livre, do IME/USP). "Tem vários projetos ali e queremos melhorar a visibilidade e a entrada de novatos. Não está dentro do escopo do meu doutorado, mas faz parte da pesquisa como um todo", finaliza Igor Steinmacher.

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