ISSN 2359-5191

05/08/2014 - Ano: 47 - Edição Nº: 41 - Ciência e Tecnologia - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
Colostro armazenado é eficaz para alimentação de bezerros
Não somente como suplemento do leite ‘in natura’, colostro diluído pode ser alimento substituto nos primeiros meses do animal
Alimentar os bezerros com colostro armazenado evita as perdas econômicas dos produtores.

Uma pesquisa realizada na Faculdade de Medicina Veterinária (FMVZ) da USP mostrou que o leite produzido pelas vacas após parir, chamado colostro, pode ser uma alternativa para a amamentação dos bezerros em seus primeiros 60 dias de vida. Extremamente importante para o desenvolvimento da imunidade dos bezerros recém-nascidos, o colostro não pode ser comercializado e é, muitas vezes, jogado fora.

Produzido pelas vacas nos primeiros dias após o nascimento dos bezerros, o colostro contém macro e micronutrientes, além de fatores de crescimento e desenvolvimento imunológico. Já na segunda semana de vida, o colostro deixa de ser a fonte de alimento do bezerro, porque a vaca volta a produzir o leite sem essas características específicas, o leite ‘in natura’. Entretanto, durante os primeiros dias de amamentação, a produção de colostro excede a quantidade demandada pelo bezerro.

Segundo o estudo de Eduardo Carvalho Marques, portanto, a quantia de colostro excedente pode ser armazenada e utilizada para a alimentação do animal até que ele complete 60 dias de vida. Essa substituição, além de manter o bezerro saudável da mesma forma, ainda permite que o produtor use o leite que amamentaria o bezerro como fonte de renda. Há um grande benefício para o produtor, que evita o desperdício do colostro, que não pode ser comercializado, e vende o leite ‘in natura’.

Testado como substituto completo do leite ‘in natura’ e também como alimento complementar, o colostro não provocou perdas ou mudanças que significassem sua contra-indicação para os bezerros. Não foi apresentado ganho de peso divergente entre os animais submetidos ao teste, nem mesmo quadros de diarréia decorrentes da variação da alimentação. “O meu estudo demonstra que o colostro pode agir semelhante ao leite ‘in natura’, apesar de ainda ser necessário fazer mais pesquisas para comprovar que ele beneficia o animal”, completa Eduardo.

A justificativa para a não utilização do colostro nessa fase da vida dos bezerros, além de envolver um certo receio em relação ao colostro, também tem a ver com a aparente dificuldade de armazenamento. “A maior dificuldade dos produtores seria armazenar esse colostro. Entretanto, na minha pesquisa, foi possível fazer isso”, diz o veterinário, que acredita na viabilidade desse processo por parte dos produtores também.

O estudo dividiu os bezerros holandeses em três grupos para análise clínica dessa substituição durante os primeiros 60 dias de amamentação. O primeiro grupo foi alimentado apenas com colostro diluído em água, na proporção 2:1, durante todo o período, enquanto o segundo grupo recebeu colostro diluído até seu 30º dia de vida, e leite ‘in natura’ até completar 60 dias. Já o terceiro grupo foi alimentado somente por leite ‘in natura’. A ocorrência de diarréia e o ganho de peso foram os mesmos em todos os grupos.

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