ISSN 2359-5191

05/08/2014 - Ano: 47 - Edição Nº: 41 - Arte e Cultura - Instituto de Estudos Brasileiros
Obra de pintor brasileiro teve contribuição importante para imagem da República
Conquista do Amazonas, uma das telas de Parreiras

A atuação do pintor Antônio Parreiras no embrionário mercado das artes no Brasil entre os séculos 19 e 20 foi objeto de estudo de Lúcia Stumpf em sua pesquisa de mestrado, realizada no Instituto de Estudos Brasileiros (IEB), intitulada A terceira margem do rio - Mercado e sujeitos na pintura de história de Antônio Parreiras. O artista pintou seus quadros no Império e nas décadas iniciais da República. Assim, teve papel fundamental na criação de uma imagem do período republicano em seu início.

Entre as obras do pintor, estão Conquista do Amazonas (1907), quadro de oito metros de comprimento encomendado pelo governo do Pará, e O Primeiro Passo Para a Independência da Bahia (1931), também encomendado pelo governo do estado. "Parreiras foi o pintor que mais quadros executou para os poderes públicos locais nos primeiros anos da República. Seus quadros históricos foram sobretudo direcionados à decoração dos novos palácios de governo", afirma a pesquisadora. "Dessa forma, a constituição de um imaginário republicano dos primeiros anos do regime deveu-se em grande medida à obra de Parreiras", conclui.

No entanto, apesar de realizar obras encomendadas, o pintor não se isentava de imprimir nas obras sua visão da história nacional. De acordo com Lúcia, em escritos deixados pelo artista é possível perceber que ele expressa de diferentes maneiras o projeto de compor uma narrativa sobre a história da nação a partir de seus quadros. "Acredito que ao enfrentar essas telas é possível identificar uma complementaridade entre a necessidade do encomendante e a mão do artista na feitura dos trabalhos, sem primazia de um ou de outro", diz a pesquisadora.

Para ela, a importância dessa geração de artistas, da qual Parreiras fez parte, foi e ainda é muitas vezes esquecida ou desconsiderada, sendo vista como "arte de passagem". "Ao iluminar a trajetória artística de Antônio Parreiras, penso que seja possível lançar luzes a toda uma geração de pintores que vivenciou em plena atividade momentos de ruptura, como a Proclamação da República", afirma. Portanto, dar o devido destaque à obra de Parreiras pode fazer com que esse processo seja revertido e novas descobertas sejam feitas.

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