ISSN 2359-5191

05/08/2014 - Ano: 47 - Edição Nº: 41 - Economia e Política - Instituto de Relações Internacionais
Reconhecimento da China como economia de mercado beneficia exportações

Os países que reconhecem a China como uma economia de mercado iniciam menos investigações antidumping contra produtos chineses, o que traz benefícios econômicos para o país. Foi o que constatou Francisco Úrdinez em sua dissertação de mestrado para o Instituto de Relações Internacionais (IRI) da Universidade de São Paulo.

As chamadas investigações antidumpings são medidas tomadas por países para previnir estratégias de dumping, em que um país provoca diminuição artificial dos preços para desestabilizar a concorrência. A redução dessas investigações permite que a China exporte produtos a preços muito inferiores ao do mercado.

No entanto, o protocolo de adesão da China à Organização Mundial do Comércio (OMC), assinado em 2001, só permite que os outros países membros ainda considerem a China como uma economia “não de mercado”, ou seja, uma economia que não é regida pelos príncipios do livre mercado, até o final de 2016.

Isso não significa, porém, que isso resulte numa diminuição geral das medidas antidumping contra a China em 2016. Segundo Francisco, os resultados da pesquisa mostram que Argentina e Brasil aumentaram progressivamente o uso dessas medidas contra produtos chineses, mesmo tendo reconhecido seu status de economia de mercado em 2004. “Essa tendência é contraria ao observado em outros países que também reconheceram o status de economia de mercado e flexibilizaram as medidas protecionistas, o que produz fricções com o gigante asiático.”

As mudanças no cenário econômico da China e seu estabelecimento no mercado global, no entanto, não significam, para o pesquisador, um avanço generalizado no país. “A China terá que consolidar o crescimento das últimas décadas, e traduzi-lo numa melhora na qualidade de vida dos seus habitantes, sobre tudo das regiões rurais, onde vive mais da metade da população”, ressalta. “Acho que a maior dificuldade atual tem a ver com os desafios urbanísticos nas grandes cidades, e com a grande disparidade de qualidade de vida existente entre as regiões rurais e as regiões urbanas.”


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