A partir de 2009, a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (SME-RJ) passou a ser comandada por Cláudia Costin, especialista em gestão pública, que deu início a diversos projetos de inclusão social e educação em tempo integral, além da criação de plataformas de aulas online para os alunos (“educopédia”) e a implantação de equipes médicas nas escolas da cidade. Em dissertação apresentada na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP (FEA), Guilherme Rocha avaliou estatisticamente o impacto dessas políticas adotadas pela Secretaria sobre as notas em avaliações das escolas cariocas.
Para a realização de sua pesquisa, Rocha utilizou dados da Prova Brasil dos anos de 2007, 2009 e 2011, que também continham as notas agregadas por escolas dos exames de português e matemática, além de questionários socioeconômicos ao nível do professor, do diretor e dos alunos e pesquisas sobre a infraestrutura das instituições de ensino. “Todas essas particularidades eram importantes para que pudesse encontrar outras instituições brasileiras semelhantes às escolas cariocas e, por fim, acabar com grupos de Tratamento (escolas cariocas) e de Controle (demais escolas) parecidos”, conta o pesquisador.
Após análises, Rocha percebeu que as notas dos alunos do 5º ano das escolas cariocas tiveram um aumento em 2009, tanto na prova de português quanto na de matemática, indicando efeitos positivos das políticas recém-adotadas. Em 2011, entretanto, só houve evolução nas notas de matemática. Já para o 9º ano, as diretrizes implantadas pela Secretaria não provocaram efeitos estatisticamente significantes em 2009, e, no ano de 2011, constataram-se melhoras apenas nas notas de matemática. “É normal que esse tipo de intervenção tenha mais efeitos sobre alunos mais novos. Creio que isso se deva pelo menor estoque de conhecimento que eles têm”, pontua Rocha.