ISSN 2359-5191

08/06/2005 - Ano: 38 - Edição Nº: 10 - Saúde - Faculdade de Medicina
Simulação de lar de fumantes incentiva abandono do cigarro

São Paulo (AUN - USP) - Fumantes que desejam largar o vício têm a oportunidade de participar de campanha organizada pelo Incor, com apoio da Pfizer, nos dias 11 e 12 de junho, no Parque da Água Branca. Trata-se da Campanha Pare de Fumar numa Boa. Lá, duas tendas simularão uma casa onde se fumam cigarros, e outra, em que não se tem tal hábito. O público poderá passear pelos ambientes e perceber a diferença existente entre eles. Além disso, receberá orientações médicas sobre o tratamento do tabagismo, tirará suas dúvidas, terá a opção de medir o nível de monóxido de carbono que expele e, por meio de um questionário, conhecerá o grau de dependência que tem.

A campanha surgiu em comemoração ao dia 31 de maio, Dia Mundial sem Tabaco, e tem como pano de fundo uma pesquisa inédita realizada pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas – Incor-HCFMUSP, que descobriu que apenas 7% dos fumantes não quer parar de fumar. Na realidade, 70% planeja largar o cigarro, porém, somente 30% desse grupo sente-se pronto para começar, imediatamente, o processo. Isso quer dizer que, caso tivesse acesso ao tratamento para tabagismo, um número muito grande de pessoas deixaria o vício. A cardiologista, diretora do Programa de Tratamento do Tabagismo do Incor e coordenadora da pesquisa, Jaqueline Issa, garante: “Esses 30% de fumantes muito motivados em largar o cigarro são receptivos ao tratamento”.

O estudo foi feito, no ano passado, durante campanha antitabagista - que esteve em 15 pontos da cidade de São Paulo - realizada pelo Incor. Dele participaram 1825 adultos, sendo 47% homens e 53% mulheres. Após as análises dos resultados, ficou comprovado que o tabagismo é uma doença e, como tal, deve ser tratada.

Descobriu-se também que, entre as pessoas que fumam há mais de 20 anos, existem as que nunca pensaram em parar e as que pensam na possibilidade há mais de um ano. “Entre os que fumam há mais tempo, existe um subgrupo com maior resistência em largar o cigarro, por não acreditar que pode ter sucesso”, diz Jaqueline.

A pesquisa constatou, ainda, que fumantes mais recentes têm maior facilidade em suportar intervalos de tempo sem o cigarro. “Os fumantes mais jovens consomem menos cigarros e, por isso, conseguem ficar sem fumar por um certo período quando precisam”, afirma a médica. Não é o que acontece com os mais velhos que fumam há mais tempo, que, nem quando estão doentes, de cama, abrem mão do “cigarrinho”.

Dados da pesquisa indicam que quem consome 31 cigarros, ou mais, por dia, é fumante há, em média, 26 anos. Já os que fumam até 10 cigarros diários têm o vício há, aproximadamente, 14 anos.

O número de cigarros consumidos está relacionado ao nível de monóxido de carbono expelido pelo fumante. Essa medida indica quão intoxicado ele está. A pesquisa constatou que aqueles que fumam 10 ou menos cigarros por dia têm concentração de monóxido de carbono igual a 14 ppm. O nível sobe para 31 ppm nos que consomem 31 cigarros ou mais por dia. Para se ter uma idéia do que essas concentrações significam, aqueles que apresentam níveis entre 11 e 72 ppm são considerados fumantes crônicos. “Quanto maior a concentração de monóxido de carbono, maior o mal-estar que o fumante sente”, explica Jaqueline. Outra revelação da pesquisa é que fumantes com maiores concentrações de monóxido de carbono têm mais vontade de parar de fumar.

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