ISSN 2359-5191

27/08/2014 - Ano: 47 - Edição Nº: 46 - Ciência e Tecnologia - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
Cães paraplégicos respondem bem a tratamento estudado na FMVZ
Luma, a cachorrinha que recuperou a sensação da bexiga, com o tratamento da FMVZ.

O tratamento de cães paraplégicos iniciado em março desse ano como parte de uma pesquisa realizada na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP está obtendo bons resultados. Até agora, foram observadas mudanças no reflexo dos membros, em testes neurológicos, e recuperações de sensibilidade. Apesar de ainda serem consideradas mudanças leves, o médico veterinário César Prado, que está à frente da pesquisa, já comemora os bons resultados. “Ainda são mudanças pequenas, mas pelo tipo de lesão medular que eles possuíam, é uma ótima melhora”.

Como exemplos das respostas positivas já obtidas, o médico veterinário cita casos de destaque. “Além dos muitos que voltaram a ter reflexo anal, uma cachorrinha recuperou a sensação da bexiga”, conta ele. Agora, a cadelinha não depende do uso de fraldas para urinar e, inclusive, chama sua tutora quando sente vontade de urinar durante a madrugada.

Como funciona o tratamento
O estudo buscou trabalhar com a associação entre a utilização de células-tronco e a acupuntura. "As duas terapias mostram resultados positivos em muitos estudos de lesão medular", diz César, fazendo referência a trabalhos que utilizaram as técnicas separadamente tanto em animais de laboratório quanto em casos clínicos reais. Além disso, já foi feita uma associação das células-tronco e da acupuntura que resultou em melhoras na recuperação funcional de um rato com essa lesão medular, assim como uma maior sobrevivência e diferenciação das células-tronco injetadas em células de sistema nervoso.

Para avaliar essa combinação de técnicas em casos clínicos de rotina, foram selecionados cães com lesão medular causada por hérnia de disco intervertebral. Os seis animais escolhidos, então, foram divididos em três grupos. Um cão está recebendo apenas células-tronco; outro, passando pela acupuntura; e os outros quatro estão realizando as duas terapias. Todos os grupos estão sendo avaliados no período de três meses.

O médico veterinário ainda ressalta que a cirurgia para retirada da hérnia funciona da forma tradicional para esse tipo de afecção. "Realizamos uma cirurgia para retirada do material do disco herniado e aplicamos uma dose de células-tronco diretamente na medula doente", explica César. Depois de uma semana da cirurgia, há uma reaplicação de células-tronco e, então, para o terceiro grupo, tem início o tratamento com a eletroacupuntura.

Até agora, os melhores resultados vieram do grupo submetido às duas terapias. Entretanto, o profissional é otimista em relação aos outros também. “Estamos esperando esse tipo de recuperação em todos os grupos [em tratamento]”, diz.

Para completar um total de 15 animais tratados, a pesquisa já avalia mais nove cães para entrarem no estudo.

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