ISSN 2359-5191

15/06/2005 - Ano: 38 - Edição Nº: 11 - Saúde - Hospital das Clínicas
Estudo com células-tronco para cura de doenças cardíacas já começou

São Paulo (AUN - USP) - A fase clínica do maior estudo com células-tronco para a cura de doenças cardíacas graves já realizado no mundo: o Estudo Multicêntrico Randomizado de Terapia Celular em Cardiopatias começou este mês. O projeto, que está sendo promovido pelo Ministério da Saúde, envolve 33 instituições, em nove estados e no Distrito Federal, e 1.200 pacientes. O Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor-HCFMUSP) integra o conjunto de centros-âncora responsáveis pela pesquisa.

A utilização de células-tronco, na medicina, representa a possibilidade de tratamento para um grande número de doenças que atingem a população. Pesquisas demonstram que elas têm potencial ilimitado de auto-renovação e capacidade de originar linhagens celulares com diferentes funções. Por isso, podem recompor tecidos danificados. Os cientistas acreditam que as células-tronco podem ajudar a tratar várias doenças como o mal de Parkinson, o câncer e problemas cardíacos sérios. Existem dois tipos de células-tronco: as extraídas de tecidos maduros de adultos e crianças ou as retiradas de embriões. Células retiradas de tecidos maduros, como a medula óssea, são mais especializadas e dão origem a apenas alguns tecidos do corpo. Já as retiradas de embriões, têm maior versatilidade. As células-tronco que serão utilizadas nesse estudo são retiradas de tecidos maduros do próprio paciente, o que diminui as chances de haver rejeição.

O estudo dividiu os 1.200 voluntários selecionados em quatro grupos, com 300 pessoas cada, de acordo com a doença cardíaca. Os quatro grupos foram subdivididos em um grupo controle e outro de teste. Apenas os pacientes sorteados para esse último grupo receberão, agora, o implante de células-tronco. No final do período, os dois grupos serão comparados. Caso a eficácia da nova terapia seja comprovada, os pacientes que não receberam as células-tronco terão a oportunidade de recebê-las, se assim o desejarem. Para tanto, eles terão suas células de medula óssea congeladas e disponíveis para uso ao fim do estudo.

Calcula-se que quatro milhões de pessoas sofram de insuficiência cardíaca grave. Se ficar comprovado que as células-tronco podem melhorar as condições desses pacientes, na mesma proporção que os estudos preliminares têm indicado, estima-se que 200 mil vidas poderão ser salvas em três anos. Além disso, estima-se que o SUS poderá economizar até R$ 500 milhões por ano com transplantes, internações, cirurgias e reinternações de pacientes com doenças do coração, liberando recursos para outras demandas do sistema.

Sobre a pesquisa, o Ministro da Saúde, Humberto Costa afirma: “Será fundamental para comprovar a eficácia já sugerida por pesquisas isoladas, avaliar a substituição dos tratamentos tradicionais e a aplicabilidade dessas terapias no Sistema Único de Saúde”. O estudo foi orçado em R$ 13 milhões e sua duração deverá ser de 18 meses a três anos.

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