Em estudo vinculado ao Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo, a fisioterapeuta Adriana Della Zuana buscou notificar a eficácia de um programa educacional voltado à limpeza correta de nebulizadores. Na pesquisa, a especialista se concentrou na desinfecção de dispositivos de uso domiciliar, no caso, com crianças portadoras da fibrose cística e explica o porquê da escolha: “Nesta patologia, o indivíduo está colonizado por bactérias muito agressivas, as quais podem recontaminar o paciente”.
O tratamento de doenças respiratórias, pontuais e crônicas, pode ser feito por meio de algumas técnicas, como a inalação. Os equipamentos utilizados para efetuá-la, denominados inaladores ou nebulizadores, adequam-se conforme a medicação prescrita ao paciente. Entretanto, a informação não unificada sobre o devido método de higiene e esterilização do aparelho causam dúvidas e resultam, normalmente, na desinfecção imprópria do dispositivo.
Primeiramente, na pesquisa, os 40 participantes informaram o procedimento comum de limpeza do inalador, em um questionário prévio. Amostras de certas partes passíveis de maior contaminação do aparelho, como o bocal, foram retiradas e avaliadas por um laboratório especializado, junto com material do portador da fibrose cística. Logo depois dessa triagem, a especialista os instruiu, com orientações verbais e escritas, sobre higiene e desinfecção e houve a reaplicação do questionário e uma coleta de material do nebulizador e do paciente. Desse modo, possibilitou-se a comparação entre a quantidade de bactéricas e, consequentemente, uma análise da eficácia do processo.
Adriana explica o processo da higienização “Desmontamos o aparelho, lavamos com água e detergente neutro todas as partes; fervemos alguns utensílios por 5 minutos e secamos o material com papéis e panos limpos”. No entanto, tal técnica não serve para todos os inaladores, sendo no caso, uma técnica particular para o aparelho importado de uso pediátrico Proneb, exclusivo para pacientes com fibrose cística. Os resultados positivos do teste indicaram conclusões relevantes, as quais evidenciam a necessidade de atenção especial o método de asseio do equipamento.
“Muitos não sabem que precisa de toda essa precaução e acreditam que só água é o suficiente”, revela a fisioterapeuta. Preocupar-se com a higiene e desinfecção é importante pois evita que o próprio paciente se contamine novamente com a bactéria. Para a pesquisadora, a continuidade prática do seu projeto se mantém pelo próprio Hospital das Clínicas ter incorporado o método no cotidiano dos que sofrem com fibrose cística. Além disso, ela aconselha aos que fazem uso de inaladores especiais ou ultrassônicos (encontrados em farmácias e drogarias): “Não são todos os aparelhos que podem ser fervidos, porém a maioria é lavável com água e sabão. Apesar de não termos o costumo de ler o manual de instruções, lá estão as informações básicas sobre a higienização correta do nebulizador”.