Os alunos Vinicius Knorre Ferreira Machado e Nathan Debellis Amaral, graduandos do curso de Bacharelado em Geofísica-USP, relataram suas experiências na Norwegian University of Science and Technology -NTNU (ou Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia), em seminário realizado no IAG, no dia 25 de setembro, mostrando as diferenças de ensino e estrutura dessa faculdade com a USP. Eles cursaram, no 1º semestre de 2014, algumas disciplinas da área de Geofísica. Vale salientar que anteriormente o Instituto Norueguês de Tecnologia era independente, mas foi incorporado a NTNU em 1996.
A universidade em questão fica na cidade de Trondheim, com cerca de 180 mil habitantes, os quais 30 mil são estudantes da NTNU. Mas para entender mais precisamente sobre quais alicerces ela funciona, é necessário voltar ao início dos anos 70 do século passado. Foi nessa época que a Noruega descobriu a presença de petróleo no Mar do Norte e se transformou num dos principais países a produzir e exportar o produto. Se atualmente a Noruega possui altos níveis de desenvolvimento humano aliados a uma sistema eficiente de bem-estar social e elevado PIB, um dos grandes fatores foi a influência do petróleo na sua economia.
É por esse motivo que a NTNU se caracteriza mais pelo seu aspecto técnico, além de preparar os alunos para o mercado de trabalho, focando seus estudos e ensinos basicamente nos assuntos referentes ao uso e pesquisa do petróleo. Segundo Vinícius Machado, “a base de geologia da NTNU é forte, mas seu enfoque de ensino é totalmente relacionado ao petróleo”. Ou seja, a faculdade se direciona fortemente para a sísmica, deixando de priorizar outros métodos geofísicos, como por exemplo, o estudo do eletromagnetismo. Na Noruega, a faculdade que mais se assemelha à USP, portanto, é a Universidade de Oslo, pois é nela que as pesquisas acadêmicas mais gerais estão presentes, fugindo um pouco da área tecnológica voltada ao contundente ensino da sismologia.
Sobre a estrutura da NTNU, Nathan Amaral comentou que existe uma “padronização do ensino”, com os mesmos métodos de avaliação e organização em toda a faculdade. Além disso, as aulas não são tão importantes, pois há um foco maior em exercícios, sendo eles regulares e compulsórios. O curso se baseia em 5 anos, e a Engenharia de Petróleo e a Geofísica aplicada estão intimamente associadas. Outro ponto importante citado pelos alunos é que a universidade foca em abertura para outras culturas, elevando a interação dos estudos e experiências com outros países.