ISSN 2359-5191

06/10/2014 - Ano: 47 - Edição Nº: 69 - Saúde - Faculdade de Saúde Pública
Pesquisas escondem realidade dos cuidados com saúde bucal
Medidas indiretas de análise podem levar a uma superestimação dos valores de frequência de escovação
Imagens USP

Dados obtidos em pesquisas na área da saúde por meio de medidas indiretas, como questionários, podem não ser tão precisos. É o que concluiu um estudo de doutorado da Faculdade de Saúde Pública da USP ao analisar hábitos de saúde bucal da população. O responsável pela pesquisa, Luiz Felipe Scabar, acompanhou adolescentes de algumas escola da cidade de Piracicaba, Interior de São Paulo, em três fases de avaliação. As duas primeiras compostas por medidas diretas, e a última por medida indireta.  O trabalho também buscou revisar as evidências  sobre a relação entre a frequência de uso de creme dental e os diferentes níveis de renda e escolaridade.

No questionário,  que foi a medida indireta usada nessa pesquisa, 73,7% dos adolescentes afirmam que sua frequência de escovação corresponde a três ou mais vezes ao dia, enquanto por meio da medida direta, apenas 55,3% dos adolescentes foram incluídos nessa categoria, uma estimativa 18,4% menor. Desse modo, a medida indireta pode levar a uma superestimação dos valores de frequência de escovação.

Na primeira fase de avaliação, foi entregue um tubo de creme dental ao adolescente e conferida a quantidade desse produto habitualmente colocada em sua escova. Na segunda fase, o tubo de creme dental usado foi recolhido, e foi quantificada pela segunda vez a quantidade de creme dental colocada na escova. Já na terceira fase, um questionário com três perguntas foi aplicado aos alunos.

Scabar completa: “o uso de questionário pode ser uma ferramenta útil em estudos epidemiológicos por ser prático, informativo, acessível financeiramente e eficiente; todavia, para assegurar a confiabilidade e precisão dos dados obtidos por meio desses questionários é essencial que os instrumentos sejam cuidadosamente planejados e testados a fim de estimar eventuais erros de medição”.

O estudo também avaliou trabalhos publicados entre 1963 e 2011 e constatou que foi pequeno o número de artigos que produziram evidências empíricas sobre a relação entre a frequência de uso de creme dental e os níveis de renda e escolaridade. No entanto, as evidências empíricas já existentes, aliadas aos dados obtidos nesse estudo, permitem sustentar a hipótese de que a frequência de uso de creme dental depende do nível de escolaridade de um dos pais ou de ambos e é maior nos grupos de maior renda.

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