ISSN 2359-5191

06/07/2005 - Ano: 38 - Edição Nº: 14 - Ciência e Tecnologia - Escola Politécnica
Politécnica trabalha com tecnologias livres

São Paulo (AUN - USP) - Pensar em tecnologias educacionais criativas livres. Esse é o objetivo do projeto Edulivre, coordenado pela professora Roseli de Deus Lopes, do Laboratório de Sistemas Integráveis – LSI – da USP desde janeiro deste ano. A iniciativa, impulsionada pelo apoio do governo federal ao desenvolvimento de softwares livres, busca construir um repositório de programas executáveis no navegador de qualquer computador que contemple ferramentas para área educacional.

Segundo a professora, não só o projeto, mas toda a abertura para o software livre no país e na universidade é importante porque possibilita que se desenvolvam soluções sofisticadas com baixos investimentos. Assim, é possível criar um acervo diverso de programas-base que podem ser adaptados para resolver especificidades sem que para isso seja necessário tornar-se refém de um único e grande fornecedor. Ela destaca ainda, que na universidade, trabalhar com essas ferramentas também é preparar os alunos para o mercado de trabalho. Eles serão capazes de identificar os problemas de seus clientes e resolve-los de maneira mais personalizada: não é a instituição que deve se adaptar ao sistema de computadores, mas o sistema deve se adaptar à instituição.

O Edulivre é custeado pela Finep – a Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia – e sua duração prevista é de dois anos com orçamento inicial de R$ 850 mil. Atualmente, cerca de 25 pessoas compõem a equipe, que também tem como parceira a UFPB – Universidade Federal da Paraíba.

Faz parte do programa de atividades do projeto Edulivre a criação da disciplina “Oficina de Arte e Programação”, ministrada pelo professor Etienne Delacroix, físico nuclear e pós-graduado pelo MIT. Na sala de aula é que se formam os multiplicadores do ideário de inclusão social a partir das tecnologias livres. O curso, que será oferecido aos alunos de toda a USP durante 2005, congrega estudantes de diversas áreas para construir uma forma diferente de conhecimento. Além de um laboratório com antigas peças de computador, onde se desenvolve o conceito de hardware livre e de aproveitamento da “sucata tecnológica”, os graduandos são convidados a trabalhar em conjunto: “um mexe na página do outro, no código do outro, para formar um programa coletivo. Cada um contribui com o que sabe. E essas comunidades em que é possível remodelar, transformar e compartilhar também são a base do software livre”, afirma Roseli. Na turma, alunos de engenharia elétrica, arquitetura, cinema e letras interagem para entender como funciona a estrutura do computador e não apenas como manipular seus programas.

Delacroix rodou o mundo implantando suas oficinas. Atualmente coordena uma turma de alunos em Montevidéu, no Uruguai, e quer que eles possam trocar idéias não só entre si, mas também com os estudantes brasileiros. Dessa maneira, no segundo semestre, pretende-se montar na classe uma estrutura de videoconferência, para que as duas aulas aconteçam simultaneamente.

Uma amostra do trabalho do Edulivre já pode ser vista no portal Edumusical - http://www.edumusical.org.br

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