ISSN 2359-5191

06/07/2005 - Ano: 38 - Edição Nº: 14 - Ciência e Tecnologia - Escola Politécnica
Caverna digital inova em projetos de realidade auditiva

São Paulo (AUN - USP) - A caverna digital da Escola Politécnica da USP é conhecida pelos seus equipamentos e programas de realidade virtual. Ambientes imersivos em três dimensões são utilizados não só como forma de divertimento, mas também como simuladores de situações que podem auxiliar na execução de tarefas. Além da preocupação com a qualidade na geração de imagens – que parece o principal na criação de uma realidade virtual -, a caverna também desenvolve pesquisas na área da realidade auditiva.

O projeto Audience, áudio imersivo para sistemas de realidade virtual completos, começou no segundo semestre de 2004 e tinha por objetivo inicial prover a caverna de uma infra-estrutura de som escalável e flexível, transformando-a também num ambiente de navegação de áudio em 2D (reconstrução do som no plano: não é possível criar a ilusão de que os sons vêm de cima ou de baixo) e 3D (o som vem de todos os lados) associado às estruturas visuais já existentes. No entanto, Régis Rossi, pesquisador associado do Laboratório de Sistemas Integrados da USP, explica que “o Audience foi além e quer investigar as tecnologias mais avançadas de reprodução do som, que sequer são utilizadas comercialmente”.

O trabalho de pesquisa está divido em quatro fases e programado para dois anos. A primeira etapa consistia em projetar e instalar a infra-estrutura necessária ao Audience. Depois disso, duas tecnologias recentes e ainda não implantadas em grande escala – Ambisonics e Wave Field Synthesis – serão estudadas, já que propiciam um grau de realismo extremamente alto. A quarta fase será de implementação da tecnologia desenvolvida em sistemas comerciais a preços acessíveis. Ainda assim, Régis afirma que o cronograma pode ser revisto, conforme as evoluções e necessidades de projetos paralelos da Caverna.

Entre os obstáculos do Audience, estão a dificuldade em harmonizar todos os elementos numa única cena. Rossi explica que “o sincronismo é a palavra-chave nessa junção. Em ambientes de multi-projeção (no caso da Caverna digital, cinco imagens ao mesmo tempo) o sincronismo vai além da simultaneidade de áudio e imagem.

Mais computadores precisam dividir as tarefas e trabalhar em conjunto para que sejam coerentes. O aspecto principal é a hierarquia de sincronismo: desde a leitura dos arquivos descritivos até a o desenho do ambiente”.

O custo foi inicialmente financiado pela iniciativa do LSI – Laboratório de Sistemas Integrados – da USP com o apoio da Finep – Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério de Ciência e Tecnologia, mas no segundo semestre o projeto será submetido às agências de fomento à pesquisa científica, como CNPq e Fapesp. Três parceiros institucionais fabricaram e forneceram equipamentos especiais: caixas acústicas, amplificadores e cabos. Atualmente, a equipe conta com dois pesquisadores, dois estagiários e consultores da Escola Politécnica e da Unicamp.

As principais aplicações dessa tecnologia estão nas grandes estruturas de reprodução audiovisual comercial, como teatros, cinemas e salas de concerto, além de teleconferências e engenharia para estudos na área musical.

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