ISSN 2359-5191

06/07/2005 - Ano: 38 - Edição Nº: 14 - Saúde - Faculdade de Medicina
Estudos atestam benefícios da cirurgia para epilepsia

São Paulo (AUN - USP) - A epilepsia é um problema médico-social comum em regiões rurais da América Latina e da África. Estimando-se a população brasileira em 170 milhões de habitantes, cerca de três milhões e 400 mil indivíduos apresentariam alguma forma de epilepsia. Estudos realizados na Faculdade de Medicina da USP demonstram que apenas 10% dos doentes beneficia-se de tratamento cirúrgico para tratar o problema.

A cirurgia de áreas específicas ocupa um lugar importante dentre as terapias para epilepsias. Segundo o neurocirurgião Raul Marino, a localização dos focos deve ser precisa, devendo situar-se em área cerebral cirurgicamente acessível. “Para que assim não ocorram conseqüências neuropsicológicas graves”, afirma Marino.

A intervenção deve agir sobre o número de crises a fim de melhorar o estado neurológico e o ajustamento psicológico dos doentes, possibilitando sua reabilitação escolar, profissional e reintegração familiar e social.

Os estudos atestam que não há intervenções padronizadas para tratar epilepsias. “Cada caso deve ser estudado de forma a ser indicado o tipo mais apropriado de cirurgia”, afirmou Raul Marino.

No caso brasileiro, muitas são as causas desencadeantes das crises epilépticas tais como traumatismos de parto, abcessos cerebrais, traumatismo craniano, meningite. O tratamento cirúrgico não é uma solução simples. Os doentes requerem, em média, de seis a doze semanas de estudos pré-operatórios e várias semanas de controle pós operatório.

Mesmo sob essas condições, Marino afirma que “a cirurgia pode proporcionar não apenas solução paliativa para o problema, mas a cura e a reintegração desses doentes na sociedade, em mais de 90% dos casos”.

Embora nos Estados Unidos seja aceito que a terapia medicamentosa deva ser extensamente utilizada antes da indicação da terapêutica cirúrgica, esta regra pode ser desaconselhada em algumas regiões do mundo. Em países onde as drogas anticonvulsivantes essenciais não são acessíveis ou muito caras, a cirurgia pode ser menos dispendiosa. Também pode ser menos letal que doses tóxicas durante longos períodos de tempo, principalmente agora que os riscos cirúrgicos são quase inexistentes.

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