São Paulo (AUN - USP) - A técnica de implante de marcapasso em crianças desenvolvida pelo cirurgião cardíaco do Instituto do Coração (Incor – FMUSP), Roberto Costa, completa 25 anos. O marcapasso é, basicamente, um aparelho que corrige batimentos cardíacos de ritmo lento. Em adultos, ele é implantado na região torácica sem que haja problemas para o paciente. Já em crianças, essa prática não é adequada, devido ao pequeno tamanho do tórax infantil.
No início dos anos 80, Costa implantou um marcapasso em uma criança de 2 anos e obteve sucesso. O cirurgião alojou o marcapasso na barriga e passou os eletrodos – fios que ligam o aparelho ao coração – através da veia Femoral. Os cortes ficaram escondidos nas dobras da parte baixa da barriga.
“Quando idealizei essa operação, tive dois objetivos básicos: o primeiro era permitir o acompanhamento da relação entre o tamanho do cabo-eletrodo e o crescimento da criança, o que é feito facilmente com uma radiografia; o segundo era esconder, ao máximo, o aparelho e as incisões cirúrgicas, para que não fossem notados pelas outras crianças”, recorda o médico. Para ele, “é muito emocionante rever bebês que foram salvos pelo marcapasso, hoje, adultos, cuidando de seus filhos”.
Portadores de marcapasso, de tempos em tempos, são submetidos a pequenas cirurgias para a troca da bateria. No caso das crianças, aproveita-se esse momento para aumentar o comprimento dos eletrodos, que não acompanham o crescimento desses pacientes.
Desde sua primeira utilização, centenas de crianças já foram operadas com essa técnica. Ela vem sendo muito empregada por médicos do Brasil e de outros lugares do mundo.