ISSN 2359-5191

10/11/2014 - Ano: 47 - Edição Nº: 82 - Economia e Política - Instituto de Relações Internacionais
Sucesso nas Olimpíadas de Barcelona aponta modelo a ser seguido no Rio em 2016
Segundo pesquisador, cidade catalã é exemplo na organização de Jogos Olímpicos pois soube aproveitar megaevento para deixar importante legado para população local
Investimento em políticas públicas é um dos segredos para se ter um bom legado pós-Olímpico, acredita mestrando

Megaeventos esportivos tem a capacidade de, através da promoção de políticas públicas, trazer benefícios estruturais para a cidade-sede. Tomando como ponto de partida o modelo das Olimpíadas de 1992, em Barcelona, o mestrando Jonathas Miranda de Carvalho analisa o potencial legado que pode ser deixado pelos Jogos Olímpicos de 2016.

O autor considera o ponto mais marcante de seu estudo a percepção do modo com o qual o Rio de Janeiro poderá, durante a organização dos Jogos Olímpicos, observar exemplos de cidades-sede dos eventos anteriores, visando a evitar a repetição de erros e tomar como modelo exemplos bem-sucedidos. Ele acredita que o planejamento estratégico adotado por Barcelona em 1992 é um modelo a ser seguido em 2016.

Para Jonathas, a economia da cidade catalã teve grande capacidade de responder aos estímulos das Olimpíadas e gerar riquezas. Barcelona, que passava por problemas sociais e urbanos, passou por uma importante reforma estrutural para receber o megaevento. Através do financiamento colaborativo entre agentes públicos e privados, objetivava-se construir uma cidade global. Dessa forma, o modelo adotado por Barcelona em 1992 pode servir de exemplo para o Rio de Janeiro em 2016, para que o evento esportivo deixe heranças positivas significativas para a população carioca.

Jonathas de Carvalho também destaca a preocupação da cidade catalã em migrar os investimentos para outros campos além do esporte. Segundo ele, em 1992, somente 10% do capital disponível para os jogos foi usado em estruturas esportivas. O resto foi utilizado para ampliar meios de transporte, regenerar as moradias. Tais medidas foram extremamente benéficas para a população de Barcelona. No Rio de Janeiro, porém, 27% do financiamento foram usados para construir ou reformar estruturas esportivas. O legado deixado para a população poderia ser, portanto, maior.

Além do sucesso dos Jogos Olímpicos de 1992, e do legado deixado por ele em Barcelona (que mudou sua paisagem durante a construção da estrutura para os jogos e se tornou um dos destinos mais populares da Europa), o pesquisador aponta alguns erros cometidos pela organização do evento em outras cidades-sede. Segundo Jonathas de Carvalho, o modelo adotado por Atenas, que sediou o megaevento em 2004, não deve ser repetido: os custos foram muito elevados, sobretudo no que diz respeito a seguranças, graças ao medo gerado após o atendado às Torres Gêmeas em Nova York. As dívidas também foram elevadas e foi considerável o número dos “elefantes brancos”.

O mestrando conclui que, para que um megaevento esportivo deixe um legado aproveitável para a população da cidade-sede, deve-se ter um bom planejamento estratégico. As estruturas construídas costumam ter um encargo elevado não só em sua construção, mas também para sua manutenção. Sendo assim, elas devem ser pensadas de modo que haja a possibilidade de um aproveitamento futuro, para benefício integral da população, não somente da classe esportiva durante a realização dos jogos. No caso dos Jogos Olímpicos de 2016, já é possível notar esforço do Comitê Organizador no sentido de construir instalações que podem ser aproveitadas após o término do evento: uma nova linha de metrô está sendo construída, e corredores de ônibus estão sendo implantados. Porém, o pesquisador acredita que a realização das Olimpíadas na capital fluminense pode ser aproveitada de forma mais intensa para que se promova um investimento em infraestrutura que atenda a necessidades da população e gere riquezas, como ocorreu em Barcelona em 1992.

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