Equinos com quadros clínicos de emagrecimento progressivo, cólicas recorrentes, diarreia crônica, letargia e inapetência não conseguiam ser diagnosticados mesmo com a grande gama de exames possíveis de serem realizados. Muitas vezes o diagnóstico só era possível post-mortem. Pesquisadora da FMVZ-USP, Dayane Amorim de Oliveira Araújo, comprovou que a biópsia retal pode auxiliar no diagnóstico nestes casos.
Realizando o teste em animais com quadros clínicos semelhantes, Dayane pôde comprovar alterações histopatológicas na mucosa retal, que levou a possibilidade de diagnósticos de doença inflamatória intestinal (DII) e ciatostomíase.
Dayane afirma que “em alguns casos avaliados em nosso estudo, como linfoma e infestações por pequenos estrôngilos, foram observadas alterações histopatológicas da mucosa retal diferentes das observadas em animais clinicamente saudáveis. Nestes casos foi possível direcionar o raciocínio diagnóstico ou, até mesmo, fechar o diagnóstico.”
“A biópsia retal é mais indicada como um exame complementar em casos de alteração gastrintestinal do que como prevenção, principalmente em animais com manifestações clínicas inespecíficas tais como: emagrecimento progressivo, cólicas recorrentes e diarreia crônica” explica Dayane.
O estudo mostrou também que alguns equinos clinicamente saudáveis podem demonstrar pequenas alterações nas mucosas, o que comprova que o exame não deve ser único para o fechamento do diagnóstico. A palpação retal pode ser um dos fatores responsáveis por estas alterações em animais sem quadros clínicos que indicam uma possível patologia.