São Paulo (AUN - USP) - Na manhã do dia 6 de agosto de 1945, a cidade de Hiroshima era palco do primeiro ataque atômico da história. Até o fim de 1945, o número de mortes na cidade japonesa havia chegado a cerca de 140 mil, em uma população estimada em 350 mil habitantes. Outros milhares acabaram vitimados por ferimentos e doenças decorrentes da radiação.
Para lembrar o aniversário da explosão, que este ano completa 60 anos, o Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC-USP) no Ibirapuera organizou a exposição “Hiroshima – Testemunhos e Diálogos”. A mostra, inaugurada no dia 6 de agosto, data da explosão, é composta por desenhos produzidos pelos sobreviventes da bomba atômica da cidade de Hiroshima, que fazem parte do acervo do Hiroshima Peace Memorial Museum. A exposição é uma iniciativa conjunta do MAC e do Laboratório de Estudos sobre a Intolerância (LEI), também da USP. A curadoria da exposição é assinada pela historiadora Maria Luiza Tucci Carneiro e pela diretora do MAC, Elza Ajzenberg. A mostra vai até o dia 9 de outubro.
As 86 reproduções expostas foram selecionadas entre os mais de dois mil desenhos enviados à rádio NHK, de Hiroshima. Em 1974, quase 30 anos após a explosão da bomba, a rádio fez uma campanha pedindo aos ouvintes que mandassem desenhos tendo o bombardeio como tema. Todos os desenhos trazem o nome do autor, sua idade na época do lançamento da bomba e sua distância do epicentro da explosão.
A visão de pessoas feridas e o resgate de vítimas são os temas mais recorrentes nas obras expostas. Através do nome de alguns desenhos, como “Desculpas à criança que não consegui salvar” e “Incapaz de salvar a mãe da criança, eu juntei as mãos em oração, dizendo: ‘Por favor, perdoe-me’”, percebe-se também o sentimento de impotência dos sobreviventes diante da catástrofe.
Com o intuito de provocar mais reflexões, foram selecionadas 14 obras de artistas do acervo permanente do museu para dialogar com os desenhos expostos. São trabalhos cujo tema trata principalmente da paz, refletindo a beleza do universo e os horrores da guerra.
Ao final da exposição, os visitantes são convidados a assinar um abaixo-assinado contra a proliferação de armas nucleares e participar da montagem de uma Árvore da Paz, construída com os tsurus, pássaros de papel que simbolizam a paz. Os pássaros depois serão encaminhados ao Hiroshima Peace Memorial Museum. Durante o período da mostra serão promovidas atividades como palestras, debates e mesas-redondas sobre o tema.
Exposição “Hiroshima – Testemunhos e Diálogos”
Local: MAC Ibirapuera. Pavilhão Ciccillo Matarazzo, 3º piso. Parque Ibirapuera, São Paulo. Telefone: (11) 5573-9932
Horário: Terça a Domingo das 10h às 19h. Entrada franca.