Alguns fármacos presentes em antihipertensivos podem regular o metabolismo de células de gorduda isoladas. Com resultados in vitro que embasam pesquisas feitas em modelos animais, dados confirmam uma possível relação entre o tratamento da hipertensão e a diminuição do sobrepeso.
O pesquisador Rennan de Oliveira Caminhotto concluiu seu trabalho de Mestrado com auxílio da bolsa FAPESP no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo em maio desse ano, sob a orientação do professor Fabio Bessa Lima. Doenças como hipertensão e sobrepeso têm grande destaque na atualidade e a relação já conhecida entre o tratamento com antihipertensivos e a perda de peso corporal é um tema muito interessante a se saber mais afundo. Porém, segundo Rennan, ainda faltam informações sobre esses processos, que são obtidas através de pesquisas como essa. “Além dos efeitos antihipertensivos, já eram descritos efeitos benéficos de alguns dos fármacos estudados no metabolismo energético de animais, como perda de peso, mas pouco se sabe por quais processos esses efeitos ocorre.”
O principal objetivo da tese era avaliar essa relação entre fármacos bloqueadores do sistema renina-angiotensina (SRA) - usados no tratamento antihipertensão - e a modulação do metabolismo de adipócitos. Alguns desses bloqueadores como Losastan, Captopril e Alisquireno foram utilizados, em doses não tóxicas, no tratamento de adipócitos isolados durante 24 horas. Após esse período, as capacidades das células foram testadas.
Enquanto o fármaco Alisquireno aumentou a lipogênese, ou seja, a relação entre oxidação de glicose e incorporação deste em lipídeos, o Captopril demonstrou efeito oposto mediante o estímulo com o hormônio insulina. Assim constatou-se a função reguladora do metabolismo de gordura desses bloqueadores, mesmo que com efeitos diferentes.