ISSN 2359-5191

06/10/2005 - Ano: 38 - Edição Nº: 16 - Saúde - Escola de Educação Física e Esporte
USP ensina como proceder em casos de parada cardíaca

São Paulo (AUN - USP) - Feher, Benfica. Foe, seleção de Camarões. Serginho, São Caetano. Em 2004, alguns jogadores de futebol morreram em campo em virtude de problemas cardíacos. Os episódios chamaram atenção para este tipo de ocorrência e houve um aumento na procura por informação sobre o assunto. Por precaução, receio ou curiosidade, as pessoas passaram a buscar formas de se interarem sobre os riscos de paradas cardíacas – mas principalmente, acerca de como se deve proceder em tais situações.

A Escola de Educação Física e Esporte,da USP (EEFE) oferece neste semestre o curso “Programa Continuado de Treinamento no Suporte Básico de Vida”. De acordo com Taís Tinucci, coordenadora do curso e docente na EEFE, a atividade busca ensinar às pessoas os procedimentos básicos de atendimento a um indivíduo em caso de disfunção cardíaca, bem como desenvolver nelas um senso crítico sobre a questão.

O curso é disposto em seis horas-aula, sendo duas teóricas e quatro práticas. Nas aulas teóricas os alunos são instruídos sobre o Protocolo – seqüência de eventos – homologado em 1993 pela American Heart Association (AHA). Ele é dividido em cinco etapas: 1) identificar a inconsciência; 2) acionar o resgate (pedir ajuda, chamar uma ambulância ou o Corpo de Bombeiros); 3) verificar a respiração; 4) ventilar o indivíduo; 5) realizar massagem cardíaca. Já durante as aulas práticas, os participantes aprendem detalhadamente como devem ser realizados os procedimentos corretos de atendimento.

O tempo de ação em casos de parada cardíaca é muito pequeno. Uma pessoa pode resistir de 4 a 10 minutos após a parada, porém, as chances de sobrevivência diminuem 10% a cada minuto. Mesmo que sobreviva, ainda há o risco do indivíduo apresentar seqüelas.

Taís Tinucci explica que a principal função da massagem cardíaca e da respiração boca-a-boca não é o restabelecimento imediato das funções vitais, e sim, a ação de manter o cérebro do indivíduo oxigenado. Desta forma ele “ganha tempo”, a espera do resgate mais adequado – em que são utilizados os equipamentos específicos para a solução do problema, como o desfibrilador.

Aprendendo-se a agir rapidamente nesse tipo de situação, aumenta-se a cadeia de sobrevida. Tinucci acrescenta que o programa pretende a capacitação de pessoas que possam passar adiante o conhecimento adquirido. A docente cita Seattle como um exemplo. Segundo ela, a cidade norte-americana investiu na estruturação dos serviços de emergência e em cursos oferecidos à população. O resultado foi a marca de 40% da taxa de sobrevida no meio extraclínico (ou seja, fora do hospital), um dado muito representativo. Tinucci conclui dizendo que este tipo de curso deveria ser ensinado em alguma disciplina do 2o Grau, pois o impacto social do aumento da cadeia de sobrevida seria muito maior.

O curso “Programa Continuado de Treinamento no Suporte Básico de Vida” é oferecido à toda comunidade e custa R$ 50,00. As aulas são divididas em dois dias. Maiores informações pelo telefone (11) 3091-3182, de segunda à sexta, das 9h às 16h.

Leia também...
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br