ISSN 2359-5191

20/01/2015 - Ano: 48 - Edição Nº: 02 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas
Métodos geoelétricos auxiliam a planificar a frente de lavra da pedreira de Embu-SP
Subsolo da área da pedreira é investigado através do mapeamento da espessura de capeamento do solo
Arte reproduzindo o processo produtivo como o das pedreiras de gnaisse. Imagem: scielo.br

A produção nacional de indústria extrativista mineral registrou uma expansão de 9,57% no primeiro semestre de 2014, comparando-o com o mesmo período do ano anterior, e obteve o melhor desempenho no setor desde 2011. Os dados são do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Com esse crescimento, o tema é de grande relevância para a economia brasileira e também para a área de construção civil no País. O aumento de produção dos minérios de ferro e ouro, por exemplo, são fatores que se associam também com o aumento da tecnologia e de estudos sobre o assunto.

Um deles é a dissertação de mestrado Utilização de métodos geoelétricos para auxílio do planejamento de lavra em pedreira de gnaisse, de Camila Carroci Martins, do IAG. “Com todos esses números e com o crescimento futuro do país, a mineração em pedreiras no Brasil somente será fomentada nos próximos anos”, afirma Camila. Assim, os trabalhos em pedreiras servem para ajudar nessa futura demanda decorrente do crescimento do País.

A área utilizada para o estudo foi a pedreira de Embu, que faz parte do grupo Embu S/A Engenharia e Comércio, presente no mercado desde 1964. Segundo Camila, trata-se de uma região com bons índices em relação à produção de brita. “Além disso, na pedreira há três tipos litológicos diferentes (xisto, xisto milonítico e gnaisse), esses materiais apresentam um contraste de valores de resistividade elétrica. Assim seria possível aplicar o método da eletrorresistividade e obter os resultados esperados, que foi o que realmente aconteceu”, comenta.

O método da eletrorresistividade utilizado tem como principal objetivo a obtenção da distribuição da resistividade elétrica em subsuperfície, por meio da medida do potencial elétrico em superfície. “A partir dos dados de resistividade elétrica é possível correlacionar os valores obtidos com diferentes tipos de rochas. Assim, através desse método, foi possível identificar onde estava o gnaisse (material explorado na pedreira)”, explica Camila. Essa informação é importante pois auxilia justamente na identificação dos locais de futuras frentes de lavra.

Duas técnicas dos estudos geoelétricos foram utilizadas por Camila, a de Sondagem Elétrica Vertical (SEV) e a do caminhamento elétrico (CE). “A técnica de sondagem elétrica vertical caracteriza-se por ser uma investigação vertical em profundidade, através da separação de eletrodos de corrente e de potencial em superfície”. Além disso, ela é bastante usada por expor uma rápida aquisição de dados e com baixos níveis de ruído.

Já a técnica do caminhamento elétrico, segundo Camila, consiste em obter uma variação lateral de resistividade elétrica a profundidades constantes a partir de medidas efetuadas na superfície do terreno. “Fixando os eletrodos de corrente e caminhando com os eletrodos de potencial, é calculado, a cada passo, a diferença de potencial elétrico gerada pela passagem de corrente elétrica pelo terreno”, explica.

Assim, os resultados obtidos por meio da investigação do subsolo da área da pedreira através desse mapeamento ocasiona a otimização do planejamento da frente de lavra. “Podemos concluir que na região da pedreira Embu, os conjuntos de ensaios geofísicos possibilitou definir melhor os contatos geológicos e com isso pode-se criar um planejamento de lavra a curto e longo prazo mais acurado”, ressalta Camila.

Leia também...
Nesta Edição
Destaques

Educação básica é alvo de livros organizados por pesquisadores uspianos

Pesquisa testa software que melhora habilidades fundamentais para o bom desempenho escolar

Pesquisa avalia influência de supermercados na compra de alimentos ultraprocessados

Edições Anteriores
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br