A produção nacional de indústria extrativista mineral registrou uma expansão de 9,57% no primeiro semestre de 2014, comparando-o com o mesmo período do ano anterior, e obteve o melhor desempenho no setor desde 2011. Os dados são do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Com esse crescimento, o tema é de grande relevância para a economia brasileira e também para a área de construção civil no País. O aumento de produção dos minérios de ferro e ouro, por exemplo, são fatores que se associam também com o aumento da tecnologia e de estudos sobre o assunto.
Um deles é a dissertação de mestrado Utilização de métodos geoelétricos para auxílio do planejamento de lavra em pedreira de gnaisse, de Camila Carroci Martins, do IAG. “Com todos esses números e com o crescimento futuro do país, a mineração em pedreiras no Brasil somente será fomentada nos próximos anos”, afirma Camila. Assim, os trabalhos em pedreiras servem para ajudar nessa futura demanda decorrente do crescimento do País.
A área utilizada para o estudo foi a pedreira de Embu, que faz parte do grupo Embu S/A Engenharia e Comércio, presente no mercado desde 1964. Segundo Camila, trata-se de uma região com bons índices em relação à produção de brita. “Além disso, na pedreira há três tipos litológicos diferentes (xisto, xisto milonítico e gnaisse), esses materiais apresentam um contraste de valores de resistividade elétrica. Assim seria possível aplicar o método da eletrorresistividade e obter os resultados esperados, que foi o que realmente aconteceu”, comenta.
O método da eletrorresistividade utilizado tem como principal objetivo a obtenção da distribuição da resistividade elétrica em subsuperfície, por meio da medida do potencial elétrico em superfície. “A partir dos dados de resistividade elétrica é possível correlacionar os valores obtidos com diferentes tipos de rochas. Assim, através desse método, foi possível identificar onde estava o gnaisse (material explorado na pedreira)”, explica Camila. Essa informação é importante pois auxilia justamente na identificação dos locais de futuras frentes de lavra.
Duas técnicas dos estudos geoelétricos foram utilizadas por Camila, a de Sondagem Elétrica Vertical (SEV) e a do caminhamento elétrico (CE). “A técnica de sondagem elétrica vertical caracteriza-se por ser uma investigação vertical em profundidade, através da separação de eletrodos de corrente e de potencial em superfície”. Além disso, ela é bastante usada por expor uma rápida aquisição de dados e com baixos níveis de ruído.
Já a técnica do caminhamento elétrico, segundo Camila, consiste em obter uma variação lateral de resistividade elétrica a profundidades constantes a partir de medidas efetuadas na superfície do terreno. “Fixando os eletrodos de corrente e caminhando com os eletrodos de potencial, é calculado, a cada passo, a diferença de potencial elétrico gerada pela passagem de corrente elétrica pelo terreno”, explica.
Assim, os resultados obtidos por meio da investigação do subsolo da área da pedreira através desse mapeamento ocasiona a otimização do planejamento da frente de lavra. “Podemos concluir que na região da pedreira Embu, os conjuntos de ensaios geofísicos possibilitou definir melhor os contatos geológicos e com isso pode-se criar um planejamento de lavra a curto e longo prazo mais acurado”, ressalta Camila.