Evidenciando os claros desacordos entre o que se percebe dos astros do nosso sistema solar com base nas experiências comuns do cotidiano e os conceitos quase dogmáticos que são passados aos alunos em sala de aula, Flávia Polati Ferreira, do Instituto de Física da USP, tece uma dissertação em defesa da intervenção na formação de professores para auxiliar no ensino do tema.
O Sistema Solar é claramente um dos assuntos de maior horizonte na educação dada na escola pelos “professores de ciências”, todavia, como Flávia registra em sua dissertação de mestrado “A forma e os movimentos dos planetas do sistema solar: uma proposta para a formação do professor em astronomia”, muitas vezes o conhecimento sobre as diversas qualidades que preenchem o tema são passadas de forma a ignorar a valiosíssima faceta cotidiana, e presente na vida dos alunos, do que se percebe do céu. A começar por esse problema, Flávia desenha um estudo abordando a própria formação dos “professores de ciências” para melhor entender que pontos dessa carecem do apoio a melhor compreensão do aluno sobre o que lhe é passado sobre o Sistema Solar.
Usando da sua pesquisa junto aos professores consultados, a cientista esclarece que por muitas vezes o professor não sabe responder perguntas simples de seus alunos sem se ater a função “dogmática” do ensino ou se utilizar de exemplos redundantes. “Por que os planetas são esféricos?”, “por que a Terra gira em torno do Sol e não ao contrário?”. Pensando nisso, a física propõe uma abordagem que vá além do que os livros didáticos oferecem, aconselhando um ensino que seja ciente do diálogo possível entre o que se experimenta ou depreende a partir da percepção do aluno e o método e conhecimento cientifico acumulado sobre o tema.