ISSN 2359-5191

14/10/2005 - Ano: 38 - Edição Nº: 17 - Educação - Escola de Educação Física e Esporte
Educação infantil recebe tratamento criativo na USP

São Paulo (AUN - USP) - O Centro de Práticas Esportivas da USP (Cepeusp) possui um núcleo de educação infantil cuja especialidade é a quebra de paradigmas. Conhecido como NURI (Núcleo de Recreação Infantil), o projeto atende crianças de 4 a 6 anos de idade e emprega uma filosofia de trabalho bem diversificada.

As crianças têm sua criatividade estimulada diariamente, através de inúmeras atividades que abrangem diversos campos do conhecimento, como artes plásticas, teatro, educação ambiental, literatura e música. A coordenadora pedagógica do NURI, Márcia Matsubara, explica que o estilo inovador pode ser rapidamente percebido, pois as salas do espaço costumam estar vazias. “Nós não trabalhamos em salas de aula. Todas as atividades são realizadas num galpão bem amplo, ou ao ar livre”.

Ao contrário de pré-escolas tradicionais, os alunos não são divididos por idade. “Como o espaço do galpão é compartilhado por crianças de diferentes idades, elas têm de aprender a conviver com as diferenças e arranjar soluções para os problemas que surgem. Esse contato é muito enriquecedor, tanto para os mais jovens como para os mais velhos”, afirma a coordenadora.

Mais do que a formação de um bom aluno, o NURI visa o desenvolvimento de um bom ser humano. São passadas aos alunos noções de autonomia com responsabilidade. Um exemplo disso é o empréstimo de livros e brinquedos do núcleo. As crianças podem levar alguns destes materiais para casa, mas com uma condição: devem respeitar o compromisso de devolver o material retirado no dia estabelecido.

Elas também possuem poder de decisão em relação a algumas coisas da escola. Uma delas diz respeito à organização da biblioteca – esse espaço é utilizado nos momentos em que alguma “tia” (maneira como todos adultos do núcleo são reconhecidos) conta a história de determinado livro. Os jovens alunos perceberam a falta de uma organização dos livros dispostos nas prateleiras e a partir daí propuseram várias formas de classificação para estes. Além disso, deram conta da necessidade de um mapa-múndi na biblioteca, pois freqüentemente há a curiosidade de saber em que lugar do mundo as histórias contadas ocorrem.

Curiosamente, existem alguns pais que reclamam da atuação do núcleo. Visto que as crianças estão sob constante estímulo criativo, elas se tornam mais interessadas em conhecer o mundo em que vivem, mais curiosas ou, nas próprias palavras de Márcia, mais “perguntadeiras”. De acordo com ela, os pais reclamam que seus filhos voltam mais agitados para casa.

A coordenadora pedagógica aproveita o exemplo do NURI para criticar algumas filosofias de trabalho empregadas em escolas infantis convencionais. Embora o NURI não realize a alfabetização de seus alunos, Márcia critica a forma como isto é feito em grande parte dos lugares. “As crianças são levadas a repetir o que um adulto fala, ou seja, repetir um padrão (...) As escolas transmitem a idéia de que serão recompensados aqueles com maior capacidade de copiar algo já existente; o caderno de caligrafia, abominado por nós do núcleo, é um exemplo disso”.

Para obter maiores informações sobre o NURI ligue para (11) 3091-3314 ou 3091-2059.

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