ISSN 2359-5191

21/01/2015 - Ano: 48 - Edição Nº: 03 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas
Nova Rede Sismográfica Brasileira desenvolve catálogo dos pontos de abalos no País
Estudo de sismos no Brasil evoluiu por meio da instalação de diversas estações sismográficas
Estações sismográficas instaladas são identificadas no mapa da Nova Rede Sismográfica Brasileira. Imagem: RSBR

Quando estudamos a geografia do Brasil nas escolas, somos informados de que o país se localiza no meio da Placa Tectônica Sul-Americana e, portanto, não apresenta fortes abalos sísmicos, terremotos ou qualquer outro modo de estremecimento mais visível. Essa afirmação é, em parte, verdadeira, pois realmente não sofremos fortes abalos como outros países mais turbulentos localizados em áreas perigosas, tais como Japão, Chile ou Indonésia. Porém, somos sim afetados por diversos sismos em várias regiões do país.

Com o auxílio da tecnologia, os atuais estudos da área tem como objetivo a maior captação desses fenômenos, como é o caso da Nova Rede Sismográfica do Brasil (RSBR). Em evento realizado no Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP, intitulado “30 anos de Sismologia no Brasil e a Nova Rede Sismográfica Brasileira”, foi apresentado a origem dos primeiros estudos na área e o posterior desenvolvimento deles ao longo do tempo. Além disso, foi exibido o site da RSBR que unifica os resultados de sismos e possibilita a disseminação de todos os dados obtidos.

A exposição contou, inicialmente, com o especialista em estudos de sismicidade Jesus Berrocal, pioneiro no desenvolvimento da sismologia no Brasil e um dos autores do livro Sismicidade do Brasil (1984). Seu levantamento da atividade no território brasileiro supriu, em parte, a necessidade de elaborar um catálogo sísmico mais confiável, alertando para o nível de risco em áreas de potencial perigo.

O geofísico Joaquim Ferreira também deu voz ao progresso dos sismos brasileiros, mostrando a ampliação do conhecimento do número de eventos no Nordeste, maior área de abalos brasileiros. Ao lembrar da sequência de sismos mais importante do país, em João Câmara (RN), em 1986, comentou a importância da evolução nas pesquisas. “[João Câmara] Foi um divisor de águas, pois houve realizações de estudos feitos por diversas equipes tanto de sismologia quando de outras áreas da geociências do Brasil e do exterior”.

Outro geofísico, José Alberto Veloso, detalhou o que foi, possivelmente, o maior terremoto no território brasileiro, na Amazônia, em 1690. O discurso se baseia em estudos e relatos da época,  e demonstra como houve inundação das aldeias índigenas da região atingida. O fenômeno foi possível porque, segundo Veloso, não é incomum sismos fortes com epicentro no Peru, por exemplo, serem sentidos na Amazônia.

Assim, para quebrar o falso conceito de que o Brasil seria tectonicamente inativo e que os abalos seriam todos desprezíveis, os estudos do processo de abalos ganharam maior notoriedade com a implantação de diversas estações sismográficas ao longo do território nacional. Essas instalações monitoram a sismicidade, geram informações e transmitem dados, disponíveis no site da RSBR. Essa nova rede conta com a colaboração de instituições de todos os cantos do país, como a Rede Sismográfica do Sul e do Sudeste do Brasil (RSIS), a do Nordeste do Brasil (RSISNE), Integrada do Brasil (BRASIS) e do Centro e Norte do Brasil (RSCN). A importância desse conhecimento, além de desenvolver a ciência, é justamente a de analisar as ondas sísmicas e compreender as áreas perigosas para evitar possíveis danos decorrentes desse fenômeno natural.

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