ISSN 2359-5191

12/02/2015 - Ano: 48 - Edição Nº: 06 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Física
Físicos estudam as dinâmicas por trás de colisões nucleares
A partir de dados de aceleradores de partículas, professores da USP criam modelos para entender processos envolvidos nas colisões entre núcleos atômicos
Detalhe da mesa de controle do Pelletron.

Acelerados por campos elétricos e guiados por campos magnéticos, núcleos atômicos são lançados em uma curta jornada através do quase vácuo do interior do acelerador de partículas para, talvez, colidir com outros núcleos. A partir daí: mistério. A ciência conhece bem as forças compreendidas nesses fenômenos. Porém apenas advinha o que rege a confusão de partículas numa colisão. São muitos os modelos para tal. “Um físico é  apenas a maneira que os átomos encontram de observar a si mesmos.”, disse Niels Bohr, um dos “pais” da física moderna. 

Luiz Carlos Chamon, professor do Instituto de Física da USP há 25 anos, explica que é difícil chegar a um modelo que cubra os episódios de colisões em sua totalidade. É necessário focar algum tipo de colisão e daí divisar algo que possa explicá-lo e, claro, conferir com os dados experimentais, senão será apenas um exercício de pensamento, uma pseudociência. Agora estudando colisões de átomos em “baixas energias”, como diz o jargão da área, Luiz esclarece que as principais forças a serem levadas em conta no encontro de duas partículas num acelerador são: a força coulombiana - a força elétrica que repele os núcleos entre si, já que ambos possuem carga positiva - e a força nuclear, que atrai os núcleos entre si e que, apesar de forte, possui um alcance menor do que a coulombiana. Então, o jogo entre as forças, diz Luiz, é diretamente ligado a velocidade com que as partículas se encontram no colisor: rápido demais e a força coulombiana impera, pois não existe espaço para os núcleos serem atraídos pela força nuclear. Lento demais, os núcleos são atraídos pela força nuclear e a colisão não acontece. O termo “ baixas energias” vem a cobrir as colisões que acontecem na fronteira das duas forças, nem rápido demais nem lento demais. 

O que boa parte das pessoas que freqüentam a USP desconhecem é que existe um acelerador de partículas no campus. Conhecido por Pelletron, a máquina ocupa mais de quatro andares do edifício Oscar Sala e seu exterior pode ser visto por boa parte do campus da USP Butantã como a “torre” onde fica afixado o símbolo do Instituto de Física. 

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