ISSN 2359-5191

23/02/2015 - Ano: 48 - Edição Nº: 09 - Economia e Política - Instituto de Relações Internacionais
Forte relação econômica sino-brasileira não desperta nos chineses interesse acadêmico sobre o Brasil
Pesquisadora do IRI conclui que publicações acadêmicas a respeito do Brasil, na China, são ínfimas
Pesquisadora do IRI conclui que as publicações acadêmicas a respeito do Brasil, na China, são ínfimas

Estudar a percepção acadêmica chinesa a respeito do Brasil, bem como a relação entre os dois países, utilizando-se de dados presentes em periódicos chineses. Esse foi o enfoque da pesquisa desenvolvida pela então mestranda Ruichen Zheng, no Instituto de Relações Internacionais da USP.

De acordo com a pesquisadora, o tema explorado na dissertação é pouco estudado devido a algumas barreiras impostos ao pesquisador, sobretudo a língua. É de conhecimento geral a importância da relação econômica sino-brasileira, principalmente se for levada em consideração a última década. Todavia, o conhecimento disponível é unilateral: somente a visão brasileira é levada em conta. A autora busca descobrir a visão chinesa, a percepção do país acerca da relação. Dessa forma, Ruichen formula uma tese: nos estudos das Relações Internacionais chinesas, o Brasil ocupa uma posição importante?

Atualmente, o Brasil é o principal parceiro comercial da China na América Latina, além de ser o primeiro país em desenvolvimento com o qual o governo chinês estabeleceu uma relação estratégica. No entanto, ao analisar os dez principais periódicos acadêmicos das Relações Internacionais da China, a pesquisadora concluiu que, paradoxalmente, há apenas uma ínfima parte destinada ao estudo do Brasil. Os estudos ainda são centrados nas parcerias estabelecidas com países tradicionalmente importantes, como Estados Unidos, Rússia e Japão, além de países europeus.

Apenas 88 publicações foram levantadas a respeito do Brasil. Esse número representa o maior de toda a região, porém não representou um crescimento nos últimos dez anos. A pesquisadora acredita que isso é uma incoerência, uma vez que a relação bilateral vem se mostrado bem afirmativa e relevante desde o governo Lula.

A pesquisadora conclui o trabalho afirmando que, apesar da quantidade ínfima de publicações acadêmicas a respeito do Brasil, o país não deixa de ser um tema valorizado na China. O que ocorre é o contrário: os esforços para cristalização do Brasil como projeto de pesquisa são notórios. Isso deve se desenvolver de maneira mais dinâmica nos próximos anos, uma vez que a quantidade de empresas que investem no Brasil está em franco crescimento, e há um aumento também na quantidade de chineses que sabem ou se interessam por aprender o português. A relevância econômica da parceria estabelecida com o Brasil também é considerada, apesar de muitos autores destacarem fragilidades na estrutura sócio econômica brasileira, principalmente no que diz respeito à má distribuição de renda.

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