A infecção pelo Papilomavirus Humano (HPV) é considerada um problema de saúde pública, sendo a infecção sexualmente transmissível mais comum. Estima-se em nível mundial que aproximadamente 600 milhões de pessoas possuam o HPV e que cerca de 75 a 80% da população adquira esse vírus em algum momento da vida. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil é um dos líderes mundiais em incidência de HPV, sendo as mulheres entre 15 e 25 anos a população mais acometida.
Nas mulheres, a predominância de ocorrência da doença, em relação às características sociodemográficas, é maior entre jovens, em idade reprodutiva, de etnia branca, em união estável, com baixa escolaridade e sem renda fixa por desenvolverem atividades do lar, de acordo com um estudo da enfermeira Joice Gaspar, realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. “Pode-se concluir que a educação e a renda são fatores que influenciam o acesso à saúde preventiva e a adesão ao tratamento, o que justifica os piores achados clínicos nos grupos de pessoas sociodemograficamente desfavorecidas”, relata Joice.
A transmissão do HPV se dá por contato direto com a pele ou mucosa infectada, sendo mais comum a via sexual. Além do sexo vaginal, os sexos oral e anal apresentam risco elevado de infecção, portanto, o uso de preservativo faz-se necessário em toda relação sexual, mesmo com ausência de penetração. “Porém é importante ressaltar que apesar do preservativo ser o método mais eficaz de prevenção da transmissão do HPV, tal proteção não se dá de forma completa, uma vez que o atrito em regiões não cobertas por ele pode resultar na transmissão do vírus”, alerta a enfermeira.
O tratamento para o HPV deve ser orientado pelo médico, mas pode ser realizado através de diversos métodos: químicos, quimioterápicos, imunoterápicos ou cirúrgicos. As diversas modalidades de tratamento possuem diferentes características de ação e efeitos colaterais, por isso o combate a essa doença depende muito do sistema imunológico de cada indivíduo.