ISSN 2359-5191

25/02/2015 - Ano: 48 - Edição Nº: 11 - Meio Ambiente - Faculdade de Saúde Pública
“Estamos correndo atrás do prejuízo”, diz pesquisadora sobre crise hídrica em SP
Falta de planejamento público marcou a história da região metropolitana de São Paulo. Atual oferta de água não atende o aumento populacional verificado nos últimos anos
Fonte: Wikimedia Commons

O estado de São Paulo vive uma de suas maiores crises hídricas e já chama a atenção de diversos profissionais, como cientistas e políticos, que buscam novas medidas para sanar o problema de racionamento hídrico. Dentro desse pensamento, a pesquisadora Juliane Gaviolli demonstrou em seu estudo que, ao longo da história, diversas esferas políticas não planejaram o fim dos recursos, até pelo fato de se pensar que a oferta de água era ilimitada.

Segundo o IBGE, a população na Região Metropolitana de São Paulo cresceu 11,87% no período de 2000 a 2012, enquanto a demanda por abastecimento apresentou aumento de 11,76%. Na prática, pode-se dizer que o crescimento populacional exige políticas públicas mais concentradas na questão da distribuição de água, já que há um panorama limite para o uso desse bem. Com esse pensamento, Gaviolli relata que o estudo buscou “respostas e soluções que o Poder Público teria para uma possível iminência à falta de água”.

A região apresentou problemas na distribuição já na década de 1960, marcada por uma “grande expansão industrial, de serviços e êxodo”. No entanto, somente nas década de 1980 e 90 que tivemos uma crise no abastecimento público, forçando o governo a implantar algumas medidas mais radicais, como o sistema de rodízio e racionamento. A falta de planejamento, conforme relata Gaviolli, decorre “pelo fato do sistema abastecedor não ter qualquer preparo ou planejamento para um stress hídrico”.

Essa constatação, segundo o estudo, deriva de legados deixados há décadas passadas, tempo no qual pensavam que a oferta de água era ilimitada. O panorama social foi se alterando e a população cresceu em um nível em que a demanda por água começava a se tornar desproporcional. Por outro lado, a falta de medidas governamentais deixaram a região sem tratamento de esgoto, além da falta de área verde para dar espaço a casas e comércios. Por isso, como afirma a pesquisadora, atualmente “estamos correndo atrás do prejuízo, principalmente em relação à falta de água”.

Juliane Gaviolli ainda alerta para futuras estiagens, o que demandaria mais foco por parte das esferas políticas para esse setor - “a população deve estar preparada para uma piora na crise se não chover o suficiente, pois o ano de 2015 será pior e poderemos dizer que passamos pela pior crise e falta de água da história”.

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