ISSN 2359-5191

27/02/2015 - Ano: 48 - Edição Nº: 13 - Saúde - Faculdade de Saúde Pública
Paciente corre risco ao não usar medicamentos corretamente após alta hospitalar
No Hospital Universitário da USP, falta de funcionários dificulta orientação e cuidado de pacientes após alta
Reprodução

No Hospital Universitário (HU) da USP, o quadro reduzido de funcionários é um entrave aos procedimentos pós cirúrgicos capazes de evitar eventos adversos relacionados ao uso de medicamentos após a alta cirúrgica. Esse é um assunto discutido na dissertação de Liéte Marques, da Faculdade de Saúde Pública da USP.

São muitas as estratégias possíveis para evitar esses eventos adversos. Entre eles estão a reconciliação medicamentosa, a orientação do paciente ou de seu cuidador durante o período de internação, o acompanhamento domiciliar por parte de uma equipe médica e de um farmacêutico  –  da ingestão de medicamentos e também uma maior articulação entre o hospital e os demais serviços de atendimento à saúde do paciente.

Em 2006 a Organização Mundial da Saúde lançou o High 5’s Project, um projeto internacional que visa implantar soluções para a segurança do paciente. Um dos procedimentos operacionais que ele recomenda é a reconciliação medicamentosa, que consiste em um reconhecimento dos medicamentos que o paciente usava antes da cirurgia e que utilizará durante e após o procedimento. A reconciliação medicamentosa é benéfica para o paciente, pois evita a ocorrência de eventos adversos, reduzindo as chances de um possível sofrimento. É positiva também para o hospital e o sistema de saúde, pois diminui despesas associadas à readmissão hospitalar e atendimentos de emergência.

Esse procedimento precisa ser feito por um farmacêutico, um dos profissionais que não existem em quantidade suficiente no HU. Além disso, esse número insuficiente dificulta sua participação na realização de entrevista na admissão hospitalar e na orientação aos pacientes nas unidades de internação, durante a hospitalização e no momento da alta.

Outros procedimentos indicados são acompanhamento domiciliar dos pacientes, principalmente aqueles com dificuldade de locomoção e crianças pequenas e o contato através do telefone para os pacientes em geral. Esse monitoramento dá mais segurança ao processo de uso do medicamento. No entanto, também é limitado devido a falta de profissionais.

A dissertação de Liéte sugere algumas medidas para suprir esses problemas. Um deles é a implantação de sistemas de informação como prescrição e prontuários eletrônicos, tecnologias que já existem em alguns países e que facilitariam o armazenamento e troca de dados entre os profissionais. Uma outra medida é justamente a maior integração entre o hospital e o serviço de saúde que dará continuidade ao atendimento do paciente.



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