Ao longo do processo de construção civil, diversos estudos e medidas precisam ser adotadas para se evitar acidentes tecnológicos. O Estudo de Análise de Riscos (EAR), por exemplo, procura estimar eventuais riscos decorrentes de um empreendimento por meio de um conjunto de metodologias denominadas AQR (Avaliação Quantitativa de Riscos). No entanto, os estudos de casos ainda são pouco desenvolvidos e possuem diversas brechas perigosas para a segurança de uma construção. O pesquisador Rafael Luiz ratificou em sua dissertação de mestrado que há vulnerabilidade, por exemplo, no parque industrial de Paulínia (SP), principalmente quanto a danos humanos.
Segundo o Luiz, os riscos tecnológicos podem ser divididos em três categorias: humana, ambiental e material. A primeira refere-se às mortes diretas e indiretas de indivíduos residentes próximo às zonas industriais, que também podem sofrer com doenças crônicas, degenerativas e de ordem psíquicas decorrentes de tais acidentes.
Já o dano ambiental pode relacionar-se a fatos como a poluição de rios, lagos e derivados ou até mesmo a danos irreparáveis no ecossistemas, como a extinção de diversas espécies. Por fim, o estrago material engloba deteriorações de ordem econômica, como custos de raparos estruturais ou até mesmo a interrupção da produção industrial.
O pesquisador alerta para o fato do Brasil ainda ser bem tímido quanto às avaliações e mapeamento da vulnerabilidade das regiões industriais que possui, além de fazer fazer uma análise de práticas adotadas em outras nações: “muitos países já mapeiam as vulnerabilidades do entorno de suas plantas industriais, contribuindo para o entendimento da gênese dos riscos envolvidos e melhorando constantemente as práticas de gerenciamento no setor”.
Como citado anteriormente, o Estudo de Análise de Riscos é um dos requisitos para a construção de empreendimentos industriais. No entanto, segundo o autor, “ainda não houve uma discussão em nível nacional sobre sua qualidade e eficácia, tampouco foram desenvolvidas diretrizes e regulamentações específicas para a realização e aplicação da Avaliação Quantitativa de Riscos como ferramenta efetiva de gestão dos riscos”.