ISSN 2359-5191

04/03/2015 - Ano: 48 - Edição Nº: 16 - Sociedade - Faculdade de Medicina
Humanização no ensino de medicina necessita nova abordagem
Alunos da FMUSP apontam para esse problema, visto que a humanização tem grande importância em suas formações
Alunos alertam para a importância das disciplinas de humanidades, mas sentem falta do diálogo com outras áreas

Um estudo realizado na Faculdade de Medicina da USP buscou compreender como os alunos da graduação em medicina  percebem e interpretam a humanização no ambiente de sua formação. Conforme a PNH (Política Nacional de Humanização), entende-se por humanização, a valorização dos sujeitos implicados no processo de produção de saúde, baseada em uma conduta humanista e ética, opondo-se à qualquer tipo de violência que possa ser gerada nesse processo (institucional, física ou psicológica).

Esse termo pode dar margem a várias interpretações, se referindo a movimentos, conceitos, ações de diferentes origens históricas e linhas de pensamento. De acordo com Caroline  “a humanização tem a proposta de oferecer nas práticas de saúde um atendimento de qualidade técnica, ética e relacional, articulando o bom uso dos meios tecnológicos com o bom relacionamento.” Sobre sua importância na área da saúde, ela observa que é “auxiliar no processo de saúde para um atendimento de qualidade integral, ampliando o processo comunicacional, apoiado no diálogo.”

Sobre os resultados obtidos na pesquisa, a psicóloga relata: “Os alunos entrevistados percebem a humanização em sua formação de forma não articulada e apontam a necessidade de integração do tema ao escopo da medicina. Relatam que percebem desinteresse do tema por parte dos docentes e dos discentes e apontam a necessidade de uma abordagem diferente do tema por acharem importante para sua formação.” Os diferentes discursos dos alunos mostraram que, para eles, a humanização é presente primordialmente na relação médico e paciente, de forma a cultivar o acolhimento e a empatia como fundamentais em sua prática.

Através da pesquisa, pode-se perceber que é nos cenários práticos da formação médica que a humanização é melhor aprendida, através dos modelos de profissionais que se deparam durante a graduação e através da conduta das situações que encontram durante a prática. No entanto, os alunos apontam a importância das disciplinas de humanidades, mas sentem falta do diálogo dessas disciplinas com as outras áreas e de um processo contínuo ao longo da graduação. “Os temas humanísticos ainda não são integrados de forma articulada ao corpo da formação médica na FMUSP, porém se percebe um movimento de promover a integração curricular no que diz respeito a temas humanísticos para compor o ensino do cuidado em saúde de forma que os alunos apreendam, compreendam e resignifiquem esta ação, envolvendo não só alunos, mas também professores, buscando uma mudança na cultura institucional da formação em medicina.”

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