São Paulo (AUN - USP) - Wilma, Rita e Katrina! Os três furacões, que atingiram a Costa Oeste dos EUA e o Caribe este ano, chamaram a atenção de cientistas quanto as mudanças climáticas globais. No Brasil, o estado de Santa Catarina sofreu recentemente com tempestades tropicais. E os rios da Amazônia passam por um intenso período de seca. Todos esses fenômenos são conseqüências das mudanças climáticas? Estas foram alguns dos temas discutidos por cientistas ambientais reunidos em São Paulo durante a II Conferência Regional sobre Mudanças Globais: América do Sul.
Organizada pelo Instituto de Estudos Avançados da USP (IEA/USP), a conferência se realizou esta semana no Blue Tree Convention Ibirapuera. A influência das mudanças climáticas sobre a América do Sul foi o tema do encontro, que tinha como objetivos: discutir os progressos e as incertezas quanto às mudanças globais; congregar cientistas e profissionais de áreas relacionadas para apresentar um estudo sobre a América do Sul – realizado pelo Programa Internacional da Biosfera e Geosfera (IGBP) e pelo Instituto Interamericano para Pesquisas em Mudanças Globais (IAI) –; além de reunir conhecimento científico e sugestões para futuras ações.
O professor do IEA, Luiz Gylvan Meira Filho, um dos conferencistas, recomenda cautela ao analisar as conseqüências das mudanças. “Há uma variabilidade natural no clima”. Quanto aos recentes furacões, como a força deles é proveniente da temperatura dos oceanos, já começam a surgir suposições relacionando tais desastres ao aquecimento global. Meira Filho, no entanto, afirma que “quando se analisa um caso pontual, como um furacão, é difícil avaliar se é resultado da mudança do clima”.
Além disso, o desenvolvimento das atividades econômicas, o abuso na obtenção dos meios naturais e a elevação dos níveis de consumo tornaram inevitável a adoção de um modelo de sociedade sustentável, de plena renovação. E um dos desafios dos pesquisadores é a inclusão das mudanças climáticas neste modelo sustentável, o que é dificultada pela falta de soluções ambientais de fácil aplicação.
Mais informações e a programação completa estão no endereço http://www.acquaviva.com.br/mudglobais.