ISSN 2359-5191

27/04/2015 - Ano: 48 - Edição Nº: 26 - Educação - Instituto de Matemática e Estatística
Disciplina do IME desenvolve ambiente de criação de softwares
Alunos inscritos na disciplina Laboratório de Programação Extrema entram em contato com clientes reais para exercício de criação de sistemas
Alunos desenvolvem seus projetos durante a disciplina Lab XP. Foto: Vitória Batistoti

Anualmente, no Instituto de Matemática e Estatística da USP (IME-USP), há a ocorrência de uma disciplina optativa que visa a criar um ambiente ideal de desenvolvimento de criação de softwares para os alunos. Nomeada Laboratório de Programação Extrema (também conhecida como Lab XP), a disciplina é ministrada pelo professor Alfredo Goldman e tem a duração de um semestre. O “programação extrema (XP)” presente em seu nome refere-se à prática de desenvolver softwares de maneira mais dinâmica e ágil, contrariando métodos mais tradicionais.

O Lab XP tem como objetivo central oferecer experiência prática aos alunos matriculados, visto que eles entram em contato e interagem com clientes durante o processo de criação de softwares. O ambiente que os estudantes encontram no decorrer da disciplina é semelhante ao ambiente de suas futuras vidas profissionais como programadores, pois os clientes que pedem por seus serviços são reais. “Os clientes conversam com os alunos e demonstram seus interesses na criação de softwares específicos, mas são eles que decidem quais serão os programas desenvolvidos”, explica o professor Alfredo Goldman.

Após a escolha sobre quais projetos serão elaborados, os clientes escolhidos devem comparecer às aulas para acompanhar o processo e o desenvolvimento dos programas. Além do acompanhamento oferecido por Goldman, da presença dos clientes reais, há também a figura dos coaches, pós graduandos que já cursaram a mesma disciplina e encaminham os grupos com maior proximidade.

Todos os programas produzidos na disciplina Lab XP são de software livre (com o código aberto, o que possibilita que ele seja alterado por qualquer indivíduo). Entretanto, isso não é um problema, como explica Alfredo: “Todos os sistemas desenvolvidos aqui serão de software livre, e isso é válido porque a única contra-partida dos clientes é estar presente. Eles têm que estar aqui uma vez por semana para acompanhar o desenvolvimento do projeto”.

Um dos sistemas desenvolvidos durante esse ano da disciplina é o “OCR de doação”, projeto que visa a digitalizar notas fiscais objetivando facilitar o processo de doações. “Atualmente, esse trabalho é bastante braçal. Se tenho interesse em doar para ONGs, preciso colocar minha nota fiscal nas caixinhas dos estabelecimentos e posteriormente os dados presentes nela serão digitalizados por alguém”, conta Marcelo, um dos alunos responsáveis pelo projeto. A ideia do “OCR de doação” é que apenas com uma foto os dados contidos na nota fiscal sejam computados pelo software.

Outro sistema que está sendo trabalhado pelos alunos é a atualização do CoGrOO (Corretor Gramatical acoplável ao LibreOffice). O LibreOffice é um pacote que oferece ferramentas similares às da Microsoft, como Word, Power Point, Excel entre outros. Entretanto, é gratuito. O CoGrOO, por sua vez, realiza as correções gramaticais nos textos, semelhante às do Word que sublinham traços de cor verde em  sentenças gramaticalmente incorretas. “Pedi ao grupo algumas alterações no código e na parte de regras, gostaria de mudar a linguagem do código, pois a atual é muito travada, rígida”, explica Arthur, cliente do projeto.

O BiciGuia também é um dos programas em andamento no Lab XP. O aplicativo é um dos projetos do MobiLab (Laboratório de Mobilidade Urbana) da Secretaria Municipal de Transporte. O BiciGuia deseja ser o mais novo guia para ciclistas na cidade de São Paulo. “Por ser um software livre, o BiciGuia estará disponível para quem quiser adaptá-lo à sua cidade, sendo necessários apenas alterar os parâmetros de roteamento conforme o local”, explica Thiago, cliente do BiciGuia.

O objetivo e a metodologia da disciplina de Laboratório de Programação Extrema são muito didáticos e preparatórios para os alunos. “São clientes reais, é um ambiente real, mas é saudável, pois os alunos não tem pressão de prazo nem pressão financeira, então eles podem desenvolver softwares bons através de métodos ágeis e leves”, conclui Goldman.


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