ISSN 2359-5191

15/11/2005 - Ano: 38 - Edição Nº: 20 - Saúde - Faculdade de Medicina
Projeto busca soluções em saúde de comunidades no interior do RN
“Bandeira Científica” leva atendimento médico e elabora planos de melhoria do sistema de saúde local

São Paulo (AUN - USP) - O projeto anual “Bandeira Científica”, da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) visita, em dezembro, três cidades do interior do Rio Grande Norte – João Câmara, Bento Fernandes e Jandaíra –, oferecendo atendimento básico em saúde gratuito e mobilizando a população para sanar os principais problemas da comunidade local. Pela primeira vez, a equipe também oferece, além dos exames de Papanicolau e parasitológico de fezes, exames de eletrocardiograma e ultrassonografia.

Criada na década de 1950 por professores da FMUSP, a “Bandeira Científica” visava colocar os alunos daquela faculdade em contato com a realidade do interior do Brasil, realizando atividades educativas e de pesquisa em locais remotos. Após 30 anos desativado por causa do regime militar, o projeto foi retomado em 1998 por um grupo de alunos, configurando-se, a partir de 2000, em Projeto de Extensão Universitária. Desde então, o enfoque é mais abrangente que o do projeto inicial, apresentando três vertentes: assistencial (atendimento médico, vacinação e exames laboratoriais simples), educativa (atividades de orientação e grupos de discussão) e científica (pesquisas com enfoque regional). Para não deixar a população desamparada após a visita, as expedições sempre buscam o estímulo de parceiras locais com a universidade de referência para seguimento dos pacientes, além da prefeitura e organizações comunitárias, antes da chegada das expedições.

A procura dos acadêmicos de Medicina para participar do projeto tem aumentado a cada ano – de 23 alunos inscritos em 1998 para 300 neste ano, número que representa 40% dos estudantes elegíveis a participar. A direção da “Bandeira Científica” vê com bons olhos este crescente interesse, por acreditar ser fundamental a conscientização dos futuros médicos acerca da realidade do país, que é bem diferente dos serviços oferecidos em seu hospital-escola, o Hospital das Clínicas (HC), considerado o maior e mais equipado do Brasil. A abrangência de atendimentos e de atuação da equipe também tem crescido a cada ano. Enquanto em 2000, em Monte Negro (RO), a “Bandeira” pôde oferecer 1217 atendimentos médicos e 287 exames de Papanicolau, no último ano, em Teotônio Vilela (AL), foram mais de seis mil atendimentos médicos, 387 atendimentos fisioterápicos e 416 exames gerais realizados.

Os organizadores destacam, entretanto, que o número de atendimentos não é o mais importante do projeto, e sim as mudanças graduais e crescentes que proporcionam melhorias do atendimento de saúde e do saneamento básico local após a expedição. Para que isso ocorra, os pesquisadores levantam os dados epidemiológicos relevantes e os indicadores de saúde locais, através de visitas e de consultas à comunidade e suas organizações; a partir destes dados, é elaborado um plano regional para sanar os principais problemas, de maneira sustentável pela infra-estrutura disponível àquela população.

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