Pesquisa realizada na Unidade Neonatal do Hospital Universitário (HU) do campus da USP de Ribeirão Preto aponta o uso benéfico de sacos plásticos, durante a reanimação de recém-nascidos prematuros, na redução de risco de mortalidade, ao minimizar a amplitude térmica corporal nas primeiras 24 horas após o nascimento.
Intitulada Temperatura corporal de recém-nascidos pré-termos submetidos e não à proteção térmica utilizando película de polietileno na reanimação neonatal, a dissertação de mestrado foi realizada pela pós-graduanda Taisy Bezerra Alves, pelo Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Psiquiátrico da Escola de Enfermagem (ENP - EE) da USP. A pesquisa realizou a análise de caso de 282 neonatos prematuros, em sua maioria internados na UTI Neonatal do HU de Ribeirão Preto, nascidos em dois períodos diferentes. O primeiro, anterior à utilização de sacos plásticos pelo HU, entre os anos 2004 e 2007 e, o segundo, após a adoção da medida pelo Hospital, de 2009 a 2012. Dentre a amostra de casos, todos os recém-nascidos caracterizavam-se por ter idade gestacional inferior a 32 semanas ou peso igual ou inferior a 1,5 kg.
Apesar da recomendação da prática pela Sociedade Brasileira de Pediatria, desde 2005, os benefícios não se aplicam a todos os recém-nascidos. Utilizada em neonatos de idade gestacional superior a 28 semanas, a medida é ineficiente e, segundo a conclusão da pesquisa de Taisy, os casos de hipotermia são superiores quando se adota o saco plástico. Entretanto, para os recém-nascidos de tempo de gestação inferior a 28 semanas, a redução dos casos de hipotermia foi relevante, principalmente durante as primeiras 24 horas após o parto.
Aplicada a este grupo de bebês, a importância da medida é notória pois, apesar da implantação de outros métodos de prevenção da hiportermia na sala de parto, é comum que os recém nascidos sejam admitidos na UTI Neonatal apresentando temperatura corporal reduzida. “Esse tipo de intervenção representa um investimento de baixo custo e de fácil aplicação, melhorando prognósticos e reduzindo o tempo e os custos com a internação em UTI.” afirma a mestranda, que também reconhece a necessidade de adoção de outras práticas alternativas para reverter este quadro. A data para defesa da dissertação de mestrado deverá ser agendada para o início de julho.