ISSN 2359-5191

06/01/2006 - Ano: 39 - Edição Nº: 23 - Sociedade - Museu de Arte Contemporânea
Mostra no MAC refletiu a busca por direções

São Paulo (AUN - USP) - “Qual o sentido em se orientar pelas direções cardeais se a referência última é o próprio agente e sua cultura?” Impulsionado por essa questão, o artista plástico Carlos Zibel, à frente do Coletivo Casa Z, apresentou a exposição Articulando Direções no Anexo do Museu de Arte Contemporânea da USP. Zibel é formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e possui mestrado e doutorado pela mesma instituição.

As oito obras que integraram a mostra foram organizadas em regiões, abordando as cinco principais direções geográficas: leste, oeste, norte, sul e centro. A mostra trouxe quatro telas e quatro painéis de grandes dimensões e as obras são baseadas em imagens construídas com a ajuda de um computador. Nas telas, somente o centro da figura principal é representado em pixel, obtido por meio digital e transferido para a tela com os processos tradicionais de pintura. Cada pixel mede 1,9 cm, o que faz com que o espectador não consiga focar a imagem de perto, tendo que se afastar para que esta surja de forma nítida.

O artista mostrou nos painéis interligados a busca por direções que caracteriza a vida das pessoas. As cores associadas às direções aparecem no fundo de cada obra, caracterizando-a. O Centro é branco, o Norte é amarelo, o Leste é azul, o Oeste é vermelho e o Sul é preto. Ao fazer uso dessas cores, Carlos Zibel se apoiou nos temas: Preto para Construção e Desconstrução, Amarelo para Condição Humana, Azul para Cultura Contemporânea e Vermelho para Ecologia e Responsabilidade Social. Desse modo, nos oito trabalhos, a humanidade, a cultura e a natureza se conectavam a eventos midiáticos decodificados pelo artista e sua equipe. Mais do que espaços geográficos, o que era abordado nas obras eram os espaços de vida. Segundo o artista, as pinturas nos painéis se apoiavam em referências clássicas da cultura ocidental, como a Vênus de Milo e a escultura O Pensador.

Na abertura da exposição as obras receberam intervenções programadas de grafite e colagens. Foi instalado também um mural com rascunhos das obras e fotos da equipe durante sua produção.

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