ISSN 2359-5191

12/04/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 02 - Educação - Instituto de Física
USP implanta software social acadêmico
Depois do sucesso de “Orkut” e “ MySpace”, Universidade adapta o formato

São Paulo (AUN - USP) - Um novo formato de site promete mudar a forma como alunos e professores se relacionam na universidade. O Stoa, um projeto do Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada (Cepa) da USP, adapta o bem sucedido conceito de site de relacionamentos ao meio acadêmico.

No ar há apenas um mês, o site já reúne cerca de 1120 pessoas e tem até 20 novas adesões todos os dias. A idéia do Stoa é construir um espaço virtual de discussão acadêmica, “é o equivalente de uma praça pública virtual”, diz o professor Ewout ter Haar, coordenador do projeto. Assim, afirma que se trata de uma tentativa de aproximar alunos e professores e deixar alunos com mais possibilidade de se expressar do que eles têm agora.

O nome “Stoa” já evoca essa noção de praça pública. Na Grécia Antiga, esse nome era dado a uma espécie de edificação em que filósofos e discípulos se reuniam para discussão. Daí também vem o nome de uma conhecida doutrina filosófica grega, o “estoicismo”.

Apesar de delimitada esta finalidade acadêmica, não há nenhum mecanismo que impeça os usuários de tratarem de temas estranhos a esse universo. O que há são ferramentas que facilitam a exposição de conteúdo de estudo e diferenciam o Stoa de outros softwares sociais, mas o uso, mesmo que com outras finalidades, é livre. “A gente não coloca regras fixas, a gente gostaria é de dar incentivos”, diz ter Haar.

Dentre as ferramentas à disposição dos usuários, há a possibilidade de armazenamento de arquivos, fotos e vídeos; de criação de blogs e de fóruns de discussão. Apesar de a adesão ao sistema ser fechada a membros da USP, há como escolher entre tornar qualquer conteúdo privado ou aberto ao público geral. Assim, um professor que coloque artigos e livros no Stoa pode deixá-los disponíveis apenas a si mesmo, aos seus alunos, a toda a USP ou a qualquer um que navegue pela web.

Tais possibilidades fazem emergir a polêmica do direito autoral. Permitir acesso livre a artigos científicos e livros é uma idéia que encontra resistência. Para o colaborador do projeto, Edgar Alvarenga, a USP está muito atrasada nessa discussão, já comum a outras universidades fora do Brasil. Ele ressalta a importância de levar essas novas possibilidades em conta.

Outro diferencial do Stoa é o fato de não ser permitida a criação de perfis falsos. Cada participante do sistema é identificável, já que a entrada no sistema está vinculada ao número de matrícula da USP. Os responsáveis contam que houve quem reclamasse da identificação obrigatória, mas ter Haar afirma que “todo mundo ainda está aprendendo como viver nesse mundo aberto e público” e que “talvez o Stoa possa ajudar a educar as pessoas”.

O Stoa ainda não está completamente constituído. Há a previsão de que até o fim do semestre, o trabalho de concepção esteja concluído. Ainda assim, o fato de o sistema já estar no ar faz com que seja possível a interação de usuários e desenvolvedores, com a aceitação de sugestões e percepção de falhas. O professor ter Haar diz que, ao fim, não espera entregar um projeto fechado, mas “um organismo vivo”, à medida que será controlado e gerido pelos próprios usuários.

Esse formato de site surgiu a partir da adaptação de um software livre chamado Elgg. Everton Alvarenga, também colaborador, explica que várias outras universidades têm adotado o Elgg com algum sucesso. É o caso da Universidade de Brighton, na Inglaterra, ou da Universidad Mayor de San Simón, na Bolívia.

Para acessar o Stoa, o endereço é stoa.usp.br

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